Ganhadeiras de Itapuã serão tema de samba-enredo no Carnaval do Rio

Foto: Setur

A escola de samba Unidos do Viradouro vai homenagear um dos grandes símbolos culturais da Bahia. As Ganhadeiras de Itapuã serão tema do samba-enredo da escola no Carnaval do Rio de Janeiro de 2020. Com o enredo ‘Viradouro de Alma Lavada’, a escola contará ao longo da Sapucaí a história dessas mulheres escravas, genuinamente brasileiras, que conquistaram a alforria por meio do trabalho.
Segundo o diretor carnavalesco da escola de Niterói, Dudu Falcão, a história de vida das Ganhadeiras merece destaque. “Há uma necessidade da Viradouro de ser uma ferramenta de educação. Nós enxergamos que essa é uma história que o Brasil deve conhecer, especialmente pelo momento atual de empoderamento feminino, já que podemos dizer que esse foi o primeiro grupo de cunho feminista do país”, pontuou.
O desfile será assinado pelos carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcísio Zanos, novos na casa. As Ganhadeiras serão revividas por um grupo musical formado há 15 anos. Diretores das Ganhadeiras e da escola estiveram reunidos com o chefe de Gabinete da Setur, Benedito Braga, na manhã desta quinta-feira (12) para celebrar a escolha do enredo. A participação da escola terá apoio da Secretaria do Turismo do Estado (Setur).
As Ganhadeiras 
A história das Ganhadeiras é de luta e esforço. Essas mulheres foram batizadas com esse nome porque trabalhavam em sistema de ganho: parte dos ganhos de seus serviços iam para o senhor e o excedente podia ficar com elas para que acumulassem até comprar a alforria.
A Lagoa do Abaeté, em Itapuã, era um dos pontos de encontro das ganhadeiras, que moravam no bairro. Era na lagoa que elas lavavam as roupas dos senhores enquanto entoavam suas cantigas.
A ganhadeira Verônica Raquel destaca que o grupo está feliz com a oportunidade de se ver no Carnaval. “Ter a nossa história contada pela escola vice-campeã do Carnaval do ano passado, em um dos maiores palcos culturais e artísticos do mundo, é muito importante”, disse. O grupo deve marcar presença na Sapucaí para ver e ouvir contarem sua história de perto.