Preço da carne impulsiona inflação na Região Metropolitana de Salvador

    O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, ficou em 0,23% na Região Metropolitana de Salvador (RMS), de acordo com Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira (6). O resultado acelerou em relação ao índice de outubro (0,08%) e ficou acima de novembro de 2018 (-0,31%).

    Segundo o IBGE, com o resultado do mês, o IPCA na RMS acumula alta de 2,64% de janeiro a novembro de 2019, acelerando pela quarta vez seguida (havia ficado em 2,40% em outubro), mas ainda abaixo do acumulado no mesmo período em 2018 (3,45%). Continua também abaixo do verificado no país como um todo (3,12%).

    A inflação da RMS também acelerou fortemente no acumulado nos 12 meses, indo a 3,22% em novembro, frente a 2,66% em outubro, abaixo da média nacional (3,27%).

    A pressão inflacionária na RMS em novembro veio do grupo alimentação e bebidas (0,32%), que voltou a aumentar depois de três quedas consecutivas, com avanços tanto nos preços dos alimentos consumidos no próprio domicílio (0,27%), quanto fora de casa (0,42%).

    Nos alimentos, as carnes em geral (3,20%) foram as que mais contribuíram para a alta da inflação de novembro, com destaque para a alcatra (4,81%) e a carne-seca e de sol (3,18%).

    As despesas com habitação (0,27%) também foram importantes para a aceleração do IPCA na RM Salvador, com forte influência da energia elétrica (0,90%), que aumentou, em grande medida, por conta da mudança de bandeira tarifária de outubro para novembro.

    Por outro lado, transportes, com a segunda deflação seguida (-0,25%), foi o grupo que mais contribuiu para segurar a inflação do mês, na RM Salvador. A principal influência nesse sentido veio dos combustíveis (-0,90%), com destaque para a gasolina (-0,76%) e o etanol (-2,00%), seguidos pelos automóveis novos (-0,77%).

    Os artigos de residência (-0,79%) também tiveram influência importante no sentido de conter a alta do IPCA em novembro, com quedas nos preços médios de mobiliário (-1,83%) e TV, som e informática (-2,79%).

    Apesar do aumento dos alimentos em novembro, alguns itens consumidos no dia a dia também ficaram mais baratos e foram importantes para evitar uma alta ainda maior do IPCA. Foi o caso da batata-inglesa (-22,44%), do tomate (-18,77%) e da cebola (-9,26%).

    O aumento ficou com as despesas pessoais (1,53%), que também tiveram a maior contribuição para a inflação do mês, puxadas fortemente pelos jogos de azar (24,3%). A alta nesse item foi consequência dos reajustes dos preços das loterias federais, que variaram de 40% a 66%. Os jogos de azar passaram a ter o quarto maior aumento acumulado no ano de 2019, conforme o IBGE.