Cesta básica de Salvador ficou 4,85% mais cara em 2019

Com informações do A Tarde

Em 2019, a cesta básica dos soteropolitanos aumentou 4,85%, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Das 17 capitais analisadas, 16 tiveram aumento. Enquanto Aracaju foi a única com uma variação negativa (-1,89%), Salvador foi a que apresentou a menor variação positiva, ou seja, teve o menor aumento nos preços.

O valor da cesta de Salvador também foi um dos menores, custando em média R$ 360,51, mais uma vez ficando atrás apenas de Aracaju com sua cesta custando em média R$ 351,87 em 2019. Já no outro lado desse ranking, com as altas mais expressivas, estão Vitória (23,64%), Goiânia (16,94%), Recife (15,63%) e Natal (12,41%).

Porém, mesmo com essa boa posição, o valor da cesta básica pesou durante o ano no bolso da população de Salvador, principalmente no momento de comprar a carne e o feijão, afirma Ana Georgina Dias, supervisora técnica do Dieese na Bahia.

“E se levarmos em conta os aumentos durante todo o ano, a situação do feijão foi muito pior. Enquanto a proteína pode ser facilmente substituída, o feijão, que aumentou do preto ao carioquinha e pode ser considerado o ‘queridinho’ da maioria dos brasileiros, é um dos itens em que se encontra a maior dificuldade de achar um substituto”. O aumento do feijão chegou perto dos 65%, um valor que “pode ser considerado quase uma tragédia para a mesa da população”, afirma.

Salário mínimo

“E o pior de toda essa situação é que o salário mínimo não acompanha de forma alguma esses valores. Muito pelo contrário, a cesta básica aumenta antes, durante e depois que os salários são reajustados. O mais comum de acontecer é que os valores no mercado diminuam um pouco no final do mês e aumentem outra vez logo que o mês seguinte começa”, explica Selma Magnavita, presidente da Associação das Donas de Casa da Bahia (ADCB).

Em dezembro de 2019, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.342,57 ou 4,35 vezes o mínimo de R$ 998,00.

Selma ainda ressalta que , além do feijão e da carne, o pão aumentou muito durante o ano, assim como outros itens da cesta básica, até os considerados supérfluos, como produtos de higiene, limpeza e bebidas alcoólicas.

“Sem falar do gás de cozinha, que pode não ser um item da cesta básica, mas que, querendo ou não, faz parte. Cada vez mais a população tem que escolher quais contas pagar, que itens comprar e o que vai ser dívida no mês seguinte. É um reajuste de preço que não corresponde com o que se recebe no começo de cada mês”, explica a presidente.