Vacina contra covid-19: os problemas que levaram a Johnson & Johnson a interromper pesquisa

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A empresa Johnson & Johnson anunciou na segunda-feira (12/10) que suspendeu temporariamente os testes clínicos da vacina contra covid-19 “devido a uma doença inexplicada” em um participante do estudo.

A enfermidade da pessoa está sendo analisada e avaliada por um conselho independente de segurança e monitoramento de dados, bem como pelos médicos e clínicos da empresa, disse a Johnson & Johnson em um comunicado.

“Interrompemos temporariamente a administração de novas doses em todos os nossos ensaios clínicos da vacina candidata, incluindo o ensaio de fase 3 ‘ENSEMBLE’, devido a uma doença inexplicada em um participante do estudo”, afirma o texto da empresa.
A pausa significa que a inscrição online para voluntários, em um ensaio clínico com 60 mil pacientes, foi fechada.

A farmacêutica não quis fornecer mais detalhes, argumentando que devem “respeitar a privacidade deste participante”.

“Estamos aprendendo mais sobre a doença com este participante, e é importante ter todos os dados antes de compartilhar informações adicionais”, acrescentou o comunicado.

Testes
A Johnson & Johnson, que apresenta seus resultados financeiros nesta terça-feira (13/10), disse que essas interrupções são normais em grandes testes com dezenas de milhares de pessoas.

Ele acrescentou que a “pausa da pesquisa” no fornecimento de doses da vacina candidata é diferente de uma “parada regulatória” exigida por autoridades de saúde.
“A interrupção do estudo, onde o patrocinador pausa o recrutamento ou dosagem, é um componente padrão de um protocolo de ensaio clínico”, disse a Johnson & Johnson.

A vacina candidata da empresa é um vetor recombinante que usa um adenovírus humano para gerar uma proteína nas células.

O ensaio, projetado para testar se a fórmula pode prevenir a covid-19 sintomática após um regime de dose única, tentava angariar até 60 mil voluntários em cerca de 215 centros de pesquisa clínica, tanto nos Estados Unidos como no exterior.

A decisão da multinacional americana é semelhante à adotada pela AstraZeneca no mês passado, quando esta interrompeu os ensaios clínicos na fase final também por conta de uma doença não explicada de um participante do Reino Unido. A empresa retomou os testes logo em seguida, depois que se verificou que não elo entre a vacina e a enfermidade.

Os estudos foram retomados no Reino Unido, Brasil, África do Sul e Índia, mas nos Estados Unidos eles ainda estão aguardando revisão regulatória.

Fonte:Correio Braziliense