Instituto dos Ciganos mobiliza Câmara e Senado para federalizar investigação em Conquista

O presidente do Instituto Cigano do Brasil (ICB), Rogério Ribeiro, afirmou nesta terça-feira (24) que a entidade busca o apoio de outras instâncias de proteção aos Direitos Humanos, enquanto aguarda um posicionamento da Procuradoria-Geral da República sobre a morte de oito ciganos no sudoeste da Bahia.

Ao Metro1, Ribeiro disse que as comissões de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal já foram comunicadas, além de órgãos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU).

“Estamos confiando também nas instituições internacionais de Direitos Humanos, como a ONU. Na semana passada nós provocamos a comissão de Direitos Humanos da Câmara, que já recebeu também uma denúncia nossa, e no Senado também. Nós temos que tentar sensibilizar, e provocar o procurador não é fácil, mas vamos fazer todas as articulações com instituições do Brasil e do mundo. Estão analisando a documentação e tirando algumas dúvidas, sobre a propriedade dos lotes, os dados das vítimas”, disse, acrescentando que as famílias dos ciganos mortos foram acolhidas em outro estado e devem prestar depoimentos em breve.

Ribeiro ainda repudiou a comenda concedida aos policiais que participaram da ação. Segundo reportagem da Ponte Jornalismo, publicada na última quarta-feira (20), dois soldados do 3º Pelotão de Anagé foram homenageados pelo coronel Ivanildo da Silva, que está à frente do Comando de Policiamento da Região Sudoeste da Bahia, e pelo major Alécio Marques de Andrade, comandante da 79ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) na cidade de Poções. Os certificados são decorrentes da ação que culminou na morte dos irmãos ciganos Solon, Marlon e Bruno Silva Matos. O presidente do ICB disse acreditar que os ciganos não teriam atirado caso os agentes estivessem devidamente identificados.

“Os policiais não foram como policiais, com identificação e viatura. Os ciganos reagiram por terem entendido que eles eram bandidos. Eu duvido que um cigano reagisse à polícia da mesma forma. Não vamos deixar isso cair no esquecimento. Essa comenda foi muito infeliz e inoportuna

 

Metro1