Crescimento de 10% da indústria baiana sinaliza recuperação

A indústria baiana cresceu 10,3% em janeiro, em relação ao mesmo período do ano passado. Este resultado demonstra uma superação no comparativo de desempenho médio do país, que em 11 dos 14 estados pesquisados, houve uma redução no ritmo da produção comparando os resultados de janeiro de 2016 com o mesmo mês do ano anterior. Outra boa notícia é que, também no primeiro mês deste ano, a indústria baiana gerou 70 novos postos de trabalho.

Já na comparação com dezembro de 2015, o mês de janeiro registrou um crescimento de 2,6% na indústria, com quatro das 12 atividades pesquisadas assinalando aumento da produção.  Para Luís Mário Ribeiro, coordenador de Análise de Conjuntura da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI), autarquia da Secretaria de Planejamento do Estado, a Bahia continua sendo um “porto seguro” para os investidores.

“Com retomada do crescimento econômico, a Bahia voltará a dar saltos na atividade industrial. Há um volume de investimentos que está represado, neste momento, mas a retomada do crescimento virá e continuaremos atraindo novas empresas, melhorando a qualidade de vida da população”.

Segundo Luís Mário, a indústria petroquímica ajudou a garantir o resultado. “O refino de petróleo, importante na nossa composição, teve uma queda de 50,7% em janeiro do ano passado. Agora, cresce 66,6%, mostrando a capacidade de recuperação. Metalurgia também cresceu 24%; bebidas, 6,2% – temos um parque importante na região de Alagoinhas. Outro segmento que voltou a crescer foi o de informática [40,4%] que, nos últimos 12 meses, acumulou queda de mais de 50%”.

Para o coordenador, ainda é cedo para se sinalizar uma tendência de recuperação da indústria, mas o crescimento registrado em janeiro já é um bom sinal. “A expectativa é que estes segmentos voltados para o mercado interno voltem a crescer e teremos um grau de difusão maior. Vamos esperar o próximo mês e teremos um indicador de uma tendência para o trimestre”.

Estudos Técnicos da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb)

O assessor de Estudos Técnicos da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), Maurício Pedrão, concorda que ainda é cedo para falar em recuperação, mas ressalta que o câmbio é outro fator que ajuda. “O dólar em alta tende a favorecer que as empresas se beneficiem. A Bahia é um estado produtor de commodities industriais, tem facilidade para estar no mercado externo”.

Pedrão também afirma que a conjuntura que leva a indústria ao baixo dinamismo é macroeconômica. “Todos os estados brasileiros estão tendo resultados negativos. A Bahia tem segmentos que têm uma atuação no cenário externo. Temos grandes plantas de celulose e preço no mercado. Muitas commodities estão em baixa, mas a celulose tem um resultado melhor”.

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