Justiça decreta prisão de cigano suspeito de torturar e matar parentes de gêmeos

Cinco ciganos foram presos, ontem, durante uma operação da Polícia Civil em busca dos suspeitos de envolvimento nas mortes dos irmãos gêmeos Cézar Sílvio e Sílvio Cézar Carvalho Santos, 45 anos, executados a tiros na Baixa do Tubo, na última quarta-feira. A operação, que cumpriu seis mandados de busca e apreensão em Simões Filho, contou com 100 policiais civis.  Foram apreendidos ainda 12 armas, cartuchos, munições  e R$ 16 mil em dinheiro. A polícia encontrou armas ainda na casa de um sexto cigano, que não foi localizado.

Apesar de ainda não haver evidências da participação deles na morte dos irmãos, os ciganos responderão por porte ilegal de arma. A polícia não informou se houve buscas na casa do cigano Gilmar Ferraz de Almeida, acusado de participação nas mortes de mais três parentes dos gêmeos: a  professora Nilda Maria Fiuza e os jovens David Soares Santos e Uanderfon Alves dos Santos, no dia 14 de agosto de 2014 (veja na página ao lado).

No entanto, paralelo à operação, a Justiça decretou ontem a prisão preventiva de Gilmar, irmão do cigano Jair Ferraz de Almeida, morto em 2014 pelo irmão dos gêmeos, o comerciante Jailton Carvalho Santos. O mandado foi expedido pelo juiz substituto Marcelo Félix, da Comarca Criminal de São Sebastião do Passé, município onde os corpos de Nilda e David foram encontrados carbonizados e com marcas de tiro e torturas. O pedido de prisão foi solicitado pela delegada Joana Angélica, titular da Delegacia de São Sebastião do Passé.

Prisões
Alguns dos presos na operação de ontem estavam com armamento de uso exclusivo das Forças Armadas.  Segundo o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o delegado José Bezerra Júnior, a operação começou a partir de uma denúncia. Depois, as investigações levaram os policiais até os ciganos, presos em flagrante. “Temos uma linha de investigação definida e com as identificações dos principais suspeitos de participação nos assassinatos”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa, acrescentando que a polícia está empenhada em esclarecer os crimes e prender os autores.

A polícia não confirma, mas também não descarta o envolvimento dos presos com os assassinatos ocorridos na família dos gêmeos. “Essa foi uma das medidas adotadas desde a morte dos irmãos (Sílvio e Cézar). Esperamos com essa medida (as prisões) e outras que estão por vir, obter elementos e informações que possam elucidar, de forma célere e rápida, o caso, identificando não apenas os autores diretos desse crime, como também os seus mandantes”, afirmou Bezerra.

Segundo o advogado dos suspeitos, o criminalista Abdon Abbade, os ciganos presos ontem não  tinham relação nem conheciam  os ciganos Jair Ferraz de Almeida e o irmão dele, Gilmar Ferraz de Almeida.  “Os presos não têm relação com o assassinato do advogado e do cinegrafista. Este mandado de busca emitido hoje (ontem) foi em face da informação de que eles portavam armamento em suas residências”.

Armamentos
Djalma Alves Lemos, 56 anos, e o sobrinho Jairo Cerqueira, 35, foram presos em casa, no bairro Parque Continental. Com Djalma, os policiais encontraram duas pistolas ponto 40 e 380, carregadores e munições. Ele estava também com uma pistola Glock 45, armamento de uso exclusivo das Forças Armadas e não fabricado no Brasil. Já Jairo estava com uma pistola bereta 635 e outra modelo 51, um revólver calibre 38, uma escopeta calibre 12, cartuchos e munição. No ano passado, ele foi preso também por porte ilegal de arma.

No centro da cidade foram presos Lenival , 62, e os filhos Genivaldo, 42, e Iran dos Santos Gama, 29. Com Lenival foi apreendido um rifle calibre 38. Genivaldo estava com outro rifle 38, uma pistola 380, quatro facões e R$ 16 mil. O irmão, Iran, estava com uma pistola 380, carregadores e munição.

O terceiro filho de Lenival,  Genildo dos Santos Gama, não foi localizado. Na casa dele, os investigadores encontraram uma pistola Glock 926 – de uso exclusivo das Forças Armadas – e munição. Segundo a polícia, parte das armas estava escondida no sótão de uma das casas, em um compartimento no teto do imóvel. Outras estavam mais à vista e prontas para ser usadas de imediato. Com exceção de Jairo, os ciganos não tinham passagem pela polícia.

Foto: Policia Civil