Bahia registra queda no número de óbitos por HIV

Com informações do G1 Bahia ( Foto: Reprodução)

O número de pacientes HIV-positivos que morrem em decorrência da infecção diminuiu na Bahia no ano passado. O dado foi revelado no Boletim Epidemiológico de HIV/Aids, lançado nesta sexta-feira (1º) em Curitiba (PR), durante evento que marcou o Dia Mundial de Luta contra a Aids.

A queda de óbitos no estado de 2015 para 2016 foi de 3,4%. O número foi menor que o registrado no Brasil: a quantidade de óbitos registrada a cada 100 mil habitantes foi de 5,2%. A maior queda foi registrada no estado do Rio Grande do Sul, com diminuição de 9,2%. Na capital baiana a taxa de mortalidade pelo vírus HIV caiu 0,2% entre 2012 e 2016.

A taxa de detecção do vírus aumentou na Bahia nos últimos anos: era de 4 casos a cada 100.000 habitantes em 2014, subiu para 4,5 em 2015 e atingiu 4,9 em 2016. O número é quase duas vezes maior que o registrado no país em 2016, que é 2,6 casos a cada 100.000 habitantes. O número de detecções de portadores do HIV aumentou 25,3% entre 2006 e 2016 na Bahia.

A taxa de detecção de gestantes com HIV também apresenta tendência de aumento nos últimos 10 anos na região Nordeste (taxa de 1,2 casos, em 2006, para 2,0 em 2016), e no Brasil (+23,8%). De acordo com o Ministério da Saúde, o aumento registrado se deve principalmente ao aumento na realização de exames de pré-natal pelas gestantes, que acaba detectando o HIV com mais frequência.

O número de detecção de casos de HIV em crianças de até cinco anos reduziu 35% na Bahia em 10 anos: de 2,7 casos a cada 100.00 habitantes, em 2006, foi para 2 casos em 2016. O dado reflete uma menor transmissão do vírus da mãe para a criança. “Essa redução acontece graças ao esforço de toda a rede do SUS na ampliação da testagem e detecção precoce do HIV entre gestantes, aliado ao reforço na oferta de tratamento”, explicou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante o evento na capital paranaense. O número é semelhante à queda registrada no Brasil no mesmo período, que foi de 34%. No Nordeste houve aumento da taxa em 8,7%.

O perfil do portador do vírus da Aids revelado pelo boletim demonstra que, nos últimos 10 anos, há uma tendência de queda de casos em mulheres e aumento em homens. Em 2016, foram 22 casos de Aids em homens para cada 10 casos em mulheres. A taxa de detecção quase triplicou entre os homens de 15 a 19 anos, passando de 2,4 casos por 100 mil habitantes, em 2006, para 6,7 casos em 2016.

Entre as pessoas com idades entre 20 e 24 anos passou de 16 casos de Aids por 100 mil habitantes, em 2006, para 33,9 casos em 2016. Nas mulheres, houve aumento da doença entre 15 a 19 anos, de 3,6 casos para 4,1. Também há crescimento em idosas acima dos 60 anos, passando de 5,6 para 6,4 casos por 100 mil habitantes.

Na Bahia, os municípios de Teixeira de Freitas (27º), Porto Seguro (50º) e Lauro de Freitas (52º) tiveram os melhores índices calculados com base na taxa média de detecção do vírus na população em geral e em crianças de até cinco anos, na taxa de mortalidade, dentre outros parâmetros nos 100 municípios com mais de 100.000 habitantes. Porto Alegre alcançou a melhor marca e Salvador ficou na 84ª posição. De 2007 até junho de 2017, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, 194.217 casos de infecção pelo HIV no Brasil, sendo 30.297 (15,6%) na região Nordeste.