Camaçari: após acusação do MP, secretária diz que denúncia ‘beira o delírio’

Após ser acusada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) de pedir propina para liberar obras na cidade de Camaçari, a chefe da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) da cidade da Região Metropolitana de Salvador, Juliana Paes, afirmou que a denúncia “beira o delírio” e prometeu processar o dono da empresa Incorplan, João Caetano Poli, por “calúnia e difamação”.

Em nota, a titular da Sedur afirmou que a acusação tem somente como base os depoimentos do empresário, que teria reagido após a recusa de um projeto do interesse da companhia, que não atenderia aos requisitos legais para ser licenciado, de acordo com a Legislação Urbanística e Ambiental vigente, em especial o atual Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU).

“João Poli obteve no final de 2016, no ‘apagar das luzes’ da gestão passada, uma Consulta Prévia e uma AOP – Análise de Orientação Prévia que indicavam a ‘viabilidade’ para implantação de empreendimento de quase um milhão de metros quadrados em área denominada Fazenda Repouso, (na localidade de Areias, distrito de Abrantes) e passou a pressionar a Sedur nos últimos meses, visando conseguir o deferimento da licença ambiental do projeto”, alega.

Segundo a resposta, “como não aceitou o resultado do requerimento, o empresário passou a acusar os servidores da secretaria sem apresentar uma única prova”.

“O que ele denuncia beira o delírio. Não demonstra de forma concatenada nenhum ato ímprobo nosso ou de outro servidor. Ao contrário, ele se resume a dizer que sabe existir uma quadrilha dentro da Sedur com o objetivo de arrecadar dinheiro para campanhas políticas”, declarou Juliana Paes, para quem o empresário “lança de forma insana sua insatisfação com o resultado do processo mediante acusações sem qualquer suporte e vai responder judicialmente por essa irresponsabilidade”.

Quanto a alegação de que o veículo L200 Triton tem sido utilizado para fins pessoais, a secretária também nega a irregularidade: “O veículo foi adquirido pela Prefeitura de Camaçari através de doação pela Empresa BA 51 Empreendimentos desde 4 de abril de 2017, sendo que, no processo de tombamento do veículo, o setor de Materiais e Patrimônio da Secretaria de Administração, como é de praxe da prefeitura,  firmou termo de responsabilidade em que a secretária, na condição de pessoa física, assume total responsabilidade pela guarda, zelo e bom uso do patrimônio público”. Confira aqui a resposta completa.

Articulação política – Articulador político da gestão de Antonio Elinaldo (DEM) em Camaçari, Helder Almeida (DEM) disse ter recebido com surpresa a denúncia formulada pelo Ministério Público (MP) contra a secretária de Desenvolvimento Urbano do município, Juliana Paes.

“Recebemos com surpresa. A gente precisa tomar conhecimento das coisas. Está muito prematuro [para falar de saída ou permanência dela no governo]”, afirmou.