Feminicídio: Só em 2017, 59 baianas morreram pelo simples fato de serem mulheres

    Com informações do Metro 1 ( Foto: Reprodução)

    Salvador, 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Pena que nós, baianas, não tenhamos o que comemorar. Somente em 2017, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), 59 mulheres foram mortas pelo simples fato de serem mulheres.

    “Embora as pessoas falem que seria desnecessário termos um crime tipificado como feminicídio, já que o homicídio vai significar a morte de um ser humano por outro ser humano, o feminicídio vem para fazer uma diferenciação em cima dos homicídios. É um crime que está baseado no gênero. É a morte de um ser humano porque este ser humano é mulher”. A explicação firme é da major Denice Santiago, de 46 anos, que comanda a Ronda Maria da Penha (RMP) e protege quase duas mil mulheres vítimas de violência doméstica. A proteção de Denice e de todos que fazem parte da Ronda evita que essas vítimas entrem para os tristes dados que retratam o feminicídio na Bahia.

    Números apavoram
    Quando o assunto é violência contra a mulher os números mostram a dimensão do problema. O Brasil registrou ao menos oito casos de feminicídio por dia entre março de 2016 e março de 2017, segundo dados dos Ministérios Públicos estaduais. No total, foram 2925 ocorrências — o que representa um aumento de 8,8% em relação ao ano anterior. Na Bahia não é diferente. Somente no primeiro mês de 2018, três mortes, 21 tentativas de homicídio e 1.213 casos de lesão corporal foram registrados.

    “Denuncie desde a primeira vez”
    O Mapa da Violência mostrou que as mulheres negras são as principais vítimas da violência contra a mulher. O número de homicídios de negras aumentou 54% em dez anos no Brasil. “Denuncie desde a primeira vez. Denuncie em respeito a você mesma, em respeito as outras vítimas. Quando uma mulher sofre, todas as outras sofrem. O feminismo, os debates e as lutas sociais são importantíssimos. Precisamos não de igualdade, mas de equidade”, disse a Major.