Relator aceita parte de representação contra Lúcio Vieira Lima

Com informações do A Tarde

O deputado Hiran Gonçalves (PP-RR) acatou parcialmente a representação contra o deputado Lúcio Vieira Lima (MDB-BA). No documento, lido nesta quarta-feira (4), no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, ele decidiu votar pelo recebimento da representação, e consequente instauração do processo, apenas quanto à denúncia do desconto indevido de rendimentos dos servidores Job Ribeiro Brandão e Roberto Ruzarte, lotados no gabinete de Lúcio, e também quanto ao desvio de servidores para trabalho em negócios particulares do deputado e seus familiares.

Hiran negou abrir investigação quanto aos supostos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa, peculato e corrupção passiva, que fazem parte de denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República. A alegação é de que, em atendimento ao princípio de presunção de inocência, o colegiado não pode se antecipar ao julgamento.

De certa forma, este entendimento do relator coincidiu com os argumentos utilizados pelo advogado de defesa de Lúcio, Renato Oliveira Ramos, que afirmou que a representação não traz provas contra Lúcio, já que o documento está baseado em alegações que estão nos inquéritos em andamento e em uma foto dos R$ 51 milhões encontrados no apartamento usado por Geddel Vieira Lima em Salvador.

Quanto à denúncia de que o deputado teria se apropriado dos rendimentos pagos pela Câmara a servidores, ele disse que se baseia em apenas um depoimento que aponta seis transferências em 7 anos e que sequer foram direcionadas ao representado.

Na reunião, os deputados baianos Cacá Leão (PP) e José Carlos Araújo (PR) pediram vistas, que nada mais é que um período para estudar o voto. O presidente do Conselho, o também baiano Elmar Nascimento  (DEM), deu o prazo regimental de dois dias para que o documento entre em discussão.