Manifestantes ocupam canteiro de obras do BRT de Salvador

Com informações do A Tarde ( Foto: Reprodução)

Um grupo com cerca de 30 pessoas realiza mais um protesta na manhã desta quarta-feira, 6, contra o Bus Rapid Transit (BRT) de Salvador. O ato é liderado pelo Movimento Não ao BRT e acontece no canteiro de obras do modal, na avenida Juracy Magalhães Jr, na altura do Hospital Aliança.

Os manifestantes pedem a interrupção das obras e a discussão de alternativas para a mobilidade urbana da capital baiana. Eles ocupam a área interna das obras (cercada por tapumes) desde as 8h e devem permanecer durante todo o dia, para registrar o corte de árvores que darão lugar ao novo meio de transporte.

Viaturas da Polícia Militar (PM) estão no local para acompanhar a manifestação.

“Os ministérios públicos Federal e Estadual e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) estão sendo convocados publicamente a visitar a ocupação e assumir o papel de mediação de conflitos do qual têm se omitido. Representações da sociedade civil junto aos MPs vêm sendo sistematicamente arquivadas desde 2015, mesmo com farta documentação apresentada apontando irregularidades – que vão desde vícios de licitação até a ausência de licença para tamponar os rios e do plano de manejo de fauna”, diz o movimento, em nota.

Esta não é a primeira vez que o BRT é alvo de protestos. O grupo, criado em abril deste ano, ao mesmo tempo em que foram iniciadas as obras, já realizou outros atos no localpara chamar a atenção sobre os impactos do projeto no meio ambiente.

O grupo ressalta que cerca de 70 mil pessoas assinaram uma petição online contra a derrubada das árvores prevista no Estudo de Impacto Ambiental do projeto. “Além de devastar uma das poucas áreas verdes de Salvador, o projeto prevê o tamponamento de dois rios e a construção de quatro elevados, intervenção viária que tem sido evitada em todo o mundo pelo seu impacto urbano, criando áreas sombreadas e degradadas”, alerta o grupo.

O secretário municipal de Mobilidade (Semob), Fábio Mota, afirma que já respondeu várias vezes às críticas feitas por integrantes do protesto. “Nós fizemos quatro audiências públicas. A própria decisão da Justiça afirma que basta uma rápida pesquisa no Google para ver que ocorreram. É lógico que teve debate”, disse ele, referindo-se à liminar que a prefeitura conseguiu derrubar na Justiça que suspendia a licitação do BRT.