Candeias: Caminhada mobiliza mulheres no combate a violência

    Com informações da Agência Brasil

    Para alertar sobre o crescimento da violência contra a mulher no país, o grupo de mulheres de Candeias “Empodera’Art” realiza no próximo domingo (12), uma caminhada pelas ruas da cidade. A passeata sairá às 14h da praça Irmã Dulce e conta com o apoio do Centro de Referência de Atendimento à Mulher de Candeias (CRAM). O ato, segundo os organizadores, visa chamar a atenção da sociedade os altos índices de violência contra a mulher e a adoção de políticas públicas.

    Na última terça-feira (7), a Lei Maria da Penha completou 12 anos em meio a várias notícias de crimes cometidos contra mulheres, principalmente homicídios. Sancionada em 7 de agosto de 2006, a Lei 11.340 representa um marco para a proteção dos direitos femininos ao endurecer a punição por qualquer tipo de agressão cometida contra a mulher no ambiente doméstico e familiar.

    Em 2018, segundo o levantamento do Centro de Referência de Atendimento à Mulher de Candeias (CRAM), 1.070 casos de violência doméstica foram registrados no município até o mês de julho. Já em 2017, foram contabilizados 2.120 atendimentos de violência doméstica e três casos de feminicídio.

    Em pouco mais de uma década de vigência, a Lei motivou o aumento das denúncias de casos de violação de direitos. Segundo o Ministério dos Direitos Humanos (MDH), que administra a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, o Ligue 180, foram registradas no primeiro semestre deste ano quase 73 mil denúncias. O resultado é bem maior do que o registrado (12 mil) em 2006, primeiro ano de funcionamento da Central.

    As principais agressões denunciadas são cárcere privado, violência física, psicológica, obstétrica, sexual, moral, patrimonial, tráfico de pessoas, homicídio e assédio no esporte. As denúncias também podem ser registradas pessoalmente nas delegacias especializadas em crime contra a mulher.

    Feminicídio

    Fruto da Lei Maria da Penha, o crime do feminicídio foi definido legalmente em 2015 como assassinato de mulheres por motivos de desigualdade de gênero e tipificado como crime hediondo. Segundo o Mapa da Violência, quase 5 mil mulheres foram assassinadas no país, em 2016. O resultado representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100 mil brasileiras. Em dez anos, houve um aumento de 6,4% nos casos de assassinatos de mulheres.