Candeias: Testemunhas do caso de Nadinho são ouvidas pela Corregedoria da Polícia Militar

    Sete testemunhas de acusação do caso do artista plástico, Manoel Arnaldo Filho, de 61 anos, o Nadinho, são ouvidas nesta quinta-feira (30), na sede do Batalhão da10ª Companhia Independente da Polícia Militar, em Candeias, na região metropolitana de Salvador, na primeira audiência do Processo Administrativo Disciplinar (PAD), movido pela Corregedoria da Polícia Militar que apura a conduta dos policiais envolvidos na morte do artista. O artista morreu após ser baleado em uma operação da Polícia Militar, dentro de seu ateliê, na noite de 21 de abril deste ano, no bairro do Santo Antônio. De acordo com a Polícia Militar, o PAD tem o prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 60, para ser concluído e pode determinar a prisão e a expulsão dos acusados da corporação. Os PMs estão afastados e cumprem atividades externas. “Hoje seremos ouvidos assim como as outras testemunhas e os policiais envolvidos nesse crime. Precisamos dar um passo novo, um passo adiante. Acreditamos que esse passo começa hoje”, disse Márcia Cristina dos Santos, filha do artista.

    Criminal

    A primeira audiência do processo criminal foi agendada para as 9h do próximo dia 14 de setembro, no Fórum Desembargador Ivan Brandão, em Candeias. Na oitiva também serão ouvidas outras testemunhas e definirá se os envolvidos irão a júri popular. 

    A Polícia Militar da Bahia (PM-BA) indiciou os três policiais militares por homicídio doloso (quando há intenção de matar), envolvidos na operação que resultou na morte de Nadinho. De acordo com a Corregedoria da Polícia Militar da Bahia, os militares já eram alvo de um inquérito instaurado em junho deste ano. O órgão alega ainda que a versão apresentada pelos PMs no momento do crime é de que o artista plástico estaria portando um objeto não identificado, semelhante a uma arma, que resultou no confronto dos agentes que efetuaram os disparos. A família alega que Nadinho nunca portou arma de fogo e o único objeto que apresentava no momento da ação foi um pincel.

    O inquérito foi instaurado pela corporação no dia 21 de abril e concluído pela Corregedoria da PM no dia 20 de junho. Os agentes envolvidos na ação responderão a Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e poderão ser expulsos da corporação. O inquérito envolvendo os três agentes militares, que eram lotados na 10ª Companhia Independente da Polícia Militar (10ª CIPM| Candeias) será encaminhado para a 8° Promotoria Criminal de Justiça Militar do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA).