‘A depressão é ainda mais grave se somarmos crianças e adolescentes não diagnosticados’, diz hipnoterapeuta

Por Nailan Brasil

A depressão atinge cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, número equivale a um crescimento de 18,4%, nos últimos 10 anos. No Brasil, são 11,5 milhões de pessoas diagnosticadas com a doença. A hipnoterapeuta Érica Lins falou sobre o problema e o tratamento, em entrevista no programa Fala Comigo, na manhã desta quarta-feira (24).

De acordo com Lins, os pais e professores precisam ficar atentos aos sinais da doença em crianças e adolescentes e que muitos casos ainda não foram diagnosticados para receberem tratamento. “A criança muito quieta ou extremamente irritada, ambos os comportamentos precisam ser examinados. Já os adolescentes têm tido dificuldade de se expressar”, disse.

A especialista afirma que fatores como grandes perdas ou mudanças como luto, separação de casal, parto e ansiedade contribuem para a doença, que pode ser confundida com apatia, tristeza ou desejo de isolamento. “A tristeza ocorre por, no máximo, 20 dias. Até aí e normal. Mas um sentimento persistente é necessário investigar com um especialista para dar um diagnóstico. Já o luto tem um limite de três meses para ser processado. Se, nesse período, não for superado, a pessoa vai precisar de um acompanhamento”, informou.

Suicídio

Segundo a especialista, há uma ligação da depressão com o suicídio, porque muitas pessoas não sabem lidar com as emoções. “O uso de álcool e drogas, idade, junto ao sofrimento pelo preconceito impedem as pessoas de pedirem ajuda. Nesse caso, os familiares devem procurar um profissional para evitar que a situação chegue a um nível avançado”.

A psicoterapia é o principal tratamento. “A depressão leve ou média pode ser tratada por terapia e, para os casos avançados ou graves, é necessário o acompanhamento de um psiquiatra e também a adição de medicamentos”. E completa que “a hipnose permite acessar as lembranças e da regressão de memória para reorganizar alguma situação que a pessoa tenha desenvolvido no passado”, explicou.