“Dia de reforçar nosso grito de luta”, diz Ireuda Silva sobre o 13 de maio

Passados 131 anos da abolição da escravatura, com a assinatura da Lei Áurea em 13 de maio de 1888, a vereadora Ireuda Silva (PRB), vice-presidente da Comissão da Reparação, acredita que qualquer comemoração deve ser feita com cautela e reflexão. Isso porque, embora o povo negro tenha se libertado dos grilhões, essa parcela significativa da população brasileira ainda é a que mais sofre com o desemprego e a violência.

“Se pararmos para pensar, algumas condições não foram plenamente alteradas ao longo de todos esses anos. Ainda somos vítimas de racismo, a maioria de nós está fora de espaços de poder, das universidades e sofremos com o subemprego. Sem falar que não temos nossa importância para a formação histórica, cultural e econômica do país devidamente reconhecida”, avalia a republicana.

Uma pesquisa divulgada em 2018 mostrou que pessoas brancas eram as que mais ocupavam profissões “de elite”, enquanto pessoas negras preenchiam vagas sem qualificação. Além disso, em algumas regiões negros chegavam a receber 64,8% dos que os brancos ganhavam. “Isso mostra como aqueles escravos libertos foram abandonados à própria sorte, sem qualquer política de inclusão ou reparação. Por isso que o 13 de maio é uma oportunidade para reforçar nosso grito de luta”, acrescenta Ireuda.