Banco do Brasil paga menos imposto e lucro cresce 36%

Com informações do BN

O Banco do Brasil teve um lucro líquido de R$ 4,4 bilhões no segundo trimestre. Comparado com o ano passado, foi um salto de 36%. Mas boa parte desse crescimento extraordinário se deve ao fato de que o banco pagou muito menos imposto neste ano.

Para se ter uma ideia da diferença, o crescimento não chegou a 2% na linha do resultado do banco antes do imposto. No ano passado, no mesmo período, o BB desembolsou mais de R$ 1,8 bilhão de imposto de renda e CSLL. Neste ano foi pouco mais de R$ 570 milhões.

A carteira de crédito chegou a se retrair no trimestre e o banco já prevê que pode terminar menor do que começou o ano. A queda neste trimestre foi pequena, de 0,4%, mas nas novas estimativas divulgadas no balanço, a retração poderá chegar a 2%. Se crescer, não será mais do que 1%. No começo do ano a estimativa era que o carteira de crédito aumentasse entre 3% e 6%.

O movimento está sendo puxado pelos clientes pessoas jurídicas. O banco informa que a carteira no segundo trimestre caiu quase 8%, mas explica que o motivo foi um grande volume de amortizações no segmento de grandes empresas. Essas grandes empresas pagaram cerca de R$ 17 bilhões em empréstimos ao banco.

Mesmo assim, o índice de inadimplência das operações vencidas há mais de 90 dias subiu. Na carteira total de crédito, este índice era de 2,61% no primeiro trimestre deste ano e saltou para 3,25%. O índice foi influenciado pela carteira do agronegócio, que tinha uma inadimplência de 1,68% no primeiro trimestre, e que saltou para para 3,08% em junho deste ano.

O banco não menciona nome de clientes, mas informa que o índice de inadimplência de atraso superior a 90 dias foi afetado por um caso específico. Como o salto da inadimplência aconteceu na carteira de agronegócio, uma das possibilidades é que a recuperação judicial da Atvos, que pertence à Odebrecht, tenha afetado o balanço da instituição. O BB é credor em quase R$ 4 bilhões.

As despesas com provisões para devedores duvidosos, que também mede o risco das operações de crédito, aumentou em relação ao primeiro trimestre do ano, cerca de 4%, chegando a R$ 5,1 bilhão. Mais uma vez o crescimento foi puxado pela carteira de pessoa jurídica, que saltou 16,5%. O banco informa que houve menor recuperação de crédito.

De qualquer forma, comparado com mesmo período do ano passado, houve até uma leve redução, tanto das despesas com devedores duvidosos quanto no índice de inadimplência. No segmento pessoa física, o banco continuou crescendo sua carteira de crédito, mas em menor ritmo do que seus concorrentes privados. Enquanto Santander, Bradesco e Itaú cresceram suas carteiras na média 15%, a do Banco do Brasil cresceu apenas 7,8% no segundo trimestre, comparado a igual período do ano passado. As carteiras que mais cresceram foram a de crédito consignado e empréstimo pessoal.