Brasil à espera da terceira onda do coronavírus em junho, diz especialistas

Informações: MSN Brasil

Especialistas alertam para a chegada de uma terceira onda de contaminação ainda em junho. O país é o segundo com mais óbitos causados pelo coronavírus e ainda conta com uma lenta vacinação, chegando a 11% de vacinados com a segunda dose. Ao mesmo tempo realizou uma reabertura prematura da economia e com a chegada potencial da variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia. Nesse cenário, especilistas preveem uma nova onda da pandemia.

Alguns especialistas falam da chegada de uma terceira onda em junho ainda mais letal do que as duas primeiras, vista que parte de um platô muito mais alto, com uma média móvel de cerca de 2.000 mortes diárias.

Outros antecipam que no Brasil não se pode falar em ondas porque nunca nos 16 meses de pandemia se conseguiu controlar o vírus até a uma queda mínima de mortes e casos, como aconteceu, por exemplo, em países europeus. Nos dramáticos meses de março e abril, quando se chegou a um pico de mais de 4.000 mortos em um único dia, quase todos os governadores voltaram a adotar o lockdown de serviços não essenciais e toques de recolher noturnos.

Mas os números ainda não tinham começado a cair e as medidas foram relaxadas, segundo os especialistas, de forma prematura, enquanto o país se aproxima do meio milhão de mortos e apresenta uma das maiores taxas de mortalidade por 100.000 habitantes do mundo (mais de 220).

No seu último boletim extraordinário, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) advertiu que a “flexibilização” das medidas levará a “uma intensificação da pandemia” nas próximas semanas. Embora a média de mortes permaneça estável, o número de casos tende a subir em quase todo o país nas últimas semanas.

“Este processo de manutenção de taxas elevadas de mortalidade, juntamente com o aumento das taxas de incidência, pode ter como consequência um agravamento da crise sanitária”, adverte Fiocruz.

Até agora 11% dos brasileiros receberam as duas doses das vacinas disponíveis no país. Para Mauro Sánchez, epidemiologista da Universidade de Brasília (UnB), a intensidade da terceira onda da pandemia dependerá em parte do ritmo da vacinação. “Se a velocidade de imunização é inferior, em termos do efeito benéfico que ela tem, ao peso negativo que o relaxamento das medidas de isolamento social, a terceira onda pode ser forte”.