Witzel acusa perseguição e diz que seu afastamento facilita “controle maior” do governo Bolsonaro sobre RJ

Foto:Fernanda Frazão/Agência Brasil

Afastado por 180 dias do governo do Rio de Janeiro por ser acusado de participar de um esquema de desvio de recursos na saúde, Wilson Witzel (PSC) garante ser inocente e vítima de um “linchamento político” liderado por um antigo aliado, o presidente Jair Bolsonaro.

Para Witzel, a investigação contra ele, o governador interino Cláudio Castro (PSC) e André Ceciliano (PT), da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), facilitam que o governo tenha um “controle maior” sobre o Rio de Janeiro.

Este seria um desejo do presidente Jair Bolsonaro, que em reunião ministerial que veio à público, avisou ao então ministro da Justiça Sergio Moro que queria trocar o comando da Polícia Federal no RJ. A situação foi um dos motivos para o rompimento de Moro com o governo.

Ex-juiz, Witzel diz que tomou todos os cuidados nas negociações com Lucas Tristão e que a perseguição sofrida é uma ofensa ao Estado democrático de Direito. “Você ter um Estado que está ficando completamente à mercê do governo federal. É praticamente uma intervenção branca”, acusa.

ELe alega que os valores que envolvem os contratos sob investigação são “completamente incompatíveis” com os declarados pelo delator, o ex-secretário de Saúde Edmar Santos.

“Sou inocente, fui eleito para combater o crime organizado, minha mulher é uma pessoa decente, jamais aceitou qualquer valor que não fosse para que ela trabalhasse. Nunca. Os valores são completamente incompatíveis com aquilo que o Edmar [Santos, ex-secretário da Saúde e delator] está dizendo a que eu teria direito a receber como fruto de corrupção”, garante Witzel.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o governador lembra que foi afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) sem ter tido acesso à denúncia e a uma chance de apresentar defesa.

Fonte: BNews