Vacina da AstraZeneca protege 93,6% contra mortes, mostra estudo com variante Gama

Um novo estudo sobre a efetividade da vacina AstraZeneca, produzida no Brasil pela Fiocruz e amplamente aplicada na população, mostra que ela confere uma alta proteção contra a variante Gama do novo coronavírus em pessoas acima de 60 anos. E reforça a necessidade de imunização completa para que isso ocorra.

O estudo busca responder se o imunizante, testado inicialmente contra a primeira variante do coronavírus, identificada em Wuhan, na China, segue conferindo proteção às pessoas idosas diante de uma nova variante como a Gama.

Segundo a pesquisa, publicada nesta quinta (28) na revista Nature Communications, a segunda dose eleva em cerca de 30% a proteção contra a morte, em relação à primeira, chegando a uma efetividade de 93,6%.

“Sabemos que os idosos têm a questão da imunossenescência [alterações do sistema imunológico provocadas pelo envelhecimento], mas essa análise nos maiores de 60 anos mostra que, mesmo no contexto da circulação da Gama, o esquema vacinal completo garante uma boa proteção. Daí a necessidade de buscar os faltosos, encontrar todo mundo que não completou o esquema vacinal e garantir que tomem as duas doses”, afirma o cientista Julio Croda, que é pesquisador da Fiocruz e coordenou o estudo.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, cerca de 540 mil pessoas já deveriam ter tomado a segunda dose da vacina e ainda não apareceram nos postos de saúde. O número equivale a 6,3% dos que já estão totalmente imunizados.