Nordeste domina prêmio de atleta do ano após protagonismo nas Olimpíadas

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Italo Ferreira, Ana Marcela Cunha, Isaquias Queiroz e Hebert Conceição. Nenhuma região trouxe tantas medalhas de ouro individuais para o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio como o Nordeste.

E o inédito protagonismo nordestino nos Jogos se reflete em uma histórica maioria entre os atletas indicados ao Prêmio Brasil Olímpico de 2021, promovido pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) e que elege o melhor esportista do ano.

Dentre os seis nomes que concorrem ao prêmio (três na categoria masculina e três na feminina), cinco vêm do Nordeste.

Além do já citado quarteto medalhista de ouro, também Rayssa Leal, prata no skate street, completa o quinteto da região. Rebeca Andrade é a sexta indicada.

Italo nasceu em Baía Formosa, no Rio Grande do Norte; Rayssa em Imperatriz, no Maranhão; Ana, Isaquias e Hebert são de Salvador, na Bahia. Rebeca é paulista de Guarulhos.

O prêmio começou a ser distribuído em 1999 e nunca o Nordeste havia tido maioria entre os concorrentes. O peso da região vinha crescendo, tendo emplacado metade dos seis indicados em três edições recentes, 2015, 2018 e 2019 –em 2020, não houve pleito em razão da pandemia.

Também é simbólico que, pela primeira vez, a cerimônia de premiação aconteça em uma cidade nordestina: Aracaju, no Sergipe. O evento está marcado para a noite desta terça-feira (7).

Tanto os indicados quanto o vencedor são escolhidos por um colégio eleitoral de 230 pessoas, formado por jornalistas, dirigentes, atletas, ex-atletas, patrocinadores e outras figuras relacionadas ao esporte.

Historicamente, o Sudeste tem a hegemonia tanto de concorrentes quanto de premiados.

Os sudestinos somam 60% dos 138 indicados de 1999 até hoje, com mais da metade dos vencedores.

O Nordeste é a segunda região com mais concorrentes, pouco mais de 18%, logo à frente do Sul, com 16%. Dentre premiados, a ordem se inverte: 10 sulistas e 7 nordestinos.

A única região que nunca teve um indicado é o Norte do Brasil. Brasileiros nascidos no exterior, mas naturalizados, concorreram ao prêmio três vezes –e o tenista argentino Fernando Meligeni ganhou, em 2003.