A principal vantagem apresentada pela farmacêutica é justamente o fato de ele ser injetável. As duas primeiras aplicações têm de ser feitas em um intervalo de quatro semanas. Após isso, a pessoa toma outra dose a cada oito semanas.
“Precisávamos de um agente injetável para conter a propagação desse vírus e é a primeira vez que temos sucesso nos testes de fase III com agentes preventivos. Apesar dos preservativos e preparações orais, há milhares de novos casos de HIV a cada ano no mundo; esperamos que o cabotegravir possa ajudar a conter a disseminação”, disse em comunicado o chefe de pesquisa e desenvolvimento do GSK ViiV Healthcare, Kimberly Smith.
Desde o ano passado, o INI/Fiocruz (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz) coordena um estudo de implementação da PrEP injetável em seis centros de pesquisa — Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Florianópolis, Salvador e Manaus. A duração estimada da pesquisa é de dois anos.
“O Brasil já implementa no SUS a PrEP com a medicação oral, de uso diário, com tenofovir e entricitabina. O cabotegravir injetável chega como uma opção que será muito útil para pessoas com dificuldade em aderir ao uso da PrEP oral diária”, afirmou à Agência Fiocruz a médica infectologista e pesquisadora Beatriz Grinsztejn, chefe do laboratório de pesquisa clínica em DST e HIV do INI.
Ela classificou a medicação como “uma conquista sem precedentes” que “vai atender à necessidade de uma população vulnerável ao HIV”.
Acordos de sublicenciamento do GSK vão permitir versões genéricas do cabotegravir, o que deve ampliar ainda mais o acesso global ao medicamento.