“Bolsonaro criou espaços para figuras como Pablo Marçal”, analisa cientista político Cláudio Couto

Foto: Renato Pizzutto/Band

Em entrevista à Rádio Metropole, o cientista político Cláudio Couto explicou como Pablo Marçal tem disparado nas pesquisas eleitorais de São Paulo, ocupando um espaço criado pela insatisfação crescente do eleitorado com a política tradicional.

Cláudio Couto ressaltou que essa tendência começou a se consolidar com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018. Embora não fosse um outsider em termos de carreira política, já que estava no cenário desde 1988, quando se elegeu vereador no Rio de Janeiro. “Bolsonaro sempre foi visto como uma figura marginal no Congresso. Ele nunca ocupou cargos de destaque ou posições de liderança, mas ganhou notoriedade com um discurso radical e declarações polêmicas, o que o transformou em uma espécie de ‘atração de circo de horrores’”, explicou.

Para o cientista, esse comportamento abriu caminho para figuras como Marçal, que agora se beneficiam da rejeição à política tradicional, com discursos extermos. “Ele se tornou um potencial substituto do Bolsonaro […] o fenômeno de Pablo Marçal como Bolsonaro 2.0, mais jovem, mais moderno, enfronhado ainda no uso das redes sociais, essa é a figura [de Marçal].”

Segundo o cientista, Marçal atraiu a atenção por seu comportamento ainda mais radical e pela falta de compostura, o que o fez parecer ainda mais extremo do que Bolsonaro em certos momentos. Couto explicou que Marçal já tinha um público significativo nas redes sociais e, com esse estilo impactante, conseguiu capitalizar o espaço deixado por Bolsonaro, o tornando um fenômeno nesta eleição. Chegando a incomodar a própria família Bolsonaro e aliados.