Vendas do comércio caem 0,8% no primeiro trimestre, o pior desde 2003

Com o desaquecimento do mercado de trabalho e o crédito mais restrito, as vendas do comércio varejista do país recuaram 0,8% no primeiro trimestre de 2015 comparado com o mesmo período de 2014, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira (14).

Foi o pior resultado para um trimestre desde o terceiro trimestre de 2003 (-4,4%), quando o país ainda sentia os efeitos da incerteza do primeiro governo Lula.

Em março, as vendas do comércio caíram 0,9% na comparação com o mês anterior, na série livre dos efeitos sazonais (típicos de cada período, como o número de dias úteis, por exemplo).

Na comparação de março com o mesmo mês do ano passado, no entanto, as vendas avançaram 0,4%

Neste caso, os dados foram influenciados pelo número de dias úteis, já que o carnaval de 2014 ocorreu no mês de março, prejudicando as vendas do setor naquele ano.

O varejo tinha apresentado alta de 0,3% na passagem de dezembro para janeiro deste ano. Já de janeiro para fevereiro o setor registrou leve queda de 0,1%.

Quando considerados os últimos 12 meses, a variação foi positiva em 1%.

SETORES

Em março, na comparação com fevereiro, houve queda em sete das dos dez setores pesquisados. O setor de veículos e motos teve queda de 4,6%, a mais acentuada de todas.

Entre os fatores que derrubam o varejo está o desânimo para consumir. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela FGV, recuou 2,9% de fevereiro para março, para o menor patamar da série iniciada em setembro de 2005.

Por trás da falta de confiança estão questões que vão desde a piora do mercado de trabalho e da renda, passando pela restrição do crédito, e mesmo a turbulência política e o risco de desabastecimento de água e energia, segundo avaliação da FGV.

Com informações da Folha de São Paulo