Seleção alemã olímpica faz treino no Barradão

A Alemanha chegou ao quarto título mundial em 2014 graças a um exaustivo trabalho de base: campeões como Götze e Kroos frequentam as equipes juvenis da seleção desde a mais tenra idade. Mas aquele time que fez história no Brasil não é mais o mesmo: titulares na época, como Lahm, Schweinteiger, Mertesacker e Klose, pediram aposentadoria da seleção.

É aí que a Olimpíada surge como um diferencial: longe do torneio desde Seul-1988, os alemães trouxeram alguns candidatos a integrar o time que brigará pelo penta em 2018, na Rússia. A equipe olímpica, comandada pelo ex-atacante da Alemanha Ocidental Horst Hrubesh, treinou pela primeira vez em Salvador na noite desta segfunda-feira, 1º, no Barradão. O time estreia contra o México, quinta, 4, na Fonte Nova, às 17h.

Segundo o jornalista Robert Schreier, da revista Sport Bild, que está em Salvador, a renovação é constante na Alemanha. Ele destacou que o técnico Joachim Löw levou para a última Eurocopa atletas que poderiam estar na Olimpíada: o volante Joshua Kimmich, do Bayern de Munique (21 anos), e o meia Julian Draxler, do Schalke 04 (22), foram titulares durante o torneio.

Ainda assim, o país tem garotos de sobra que podem vestir a camisa da seleção muito em breve. “Para mim, o destaque do time que veio para o Brasil é Julian Brandt, do Bayer Leverkusen”, considera o jornalista, citando o atacante de 20 anos, que disputou oito jogos da última Champions.

“Eu o sigo desde a base do Wolfsburg, e ele sempre foi fascinante de assistir. Muito dinâmico, rápido, joga no lado esquerdo do campo e gosta de cortar para o meio para chutar no gol”, disse. “Com certeza será um dos grandes atletas da Alemanha em cinco anos”.

Outro que Schreier destaca é o zagueiro Niklas Süle, de 20 anos, do Hoffenheim. “Ele é alto como Mertesacker (1,95 metro de altura) e tem muita habilidade, é seguro, muito calmo com a bola. Fez 33 de 34 partidas do último Campeonato Alemão”, destaca.

Time de exceções

A Alemanha, porém, diferentemente do Brasil, passou longe de vir com força total para os Jogos. Segundo Schreier, houve uma série de acordos entre federação e clubes: “Os atletas que disputaram a Eurocopa, por exemplo, não poderiam vir para cá”.

Times como Herta Berlim, que vai disputar a pré-Liga Europa e o Borussia Monchengladbach, que jogará a pré-Liga dos Campeões, também não poderiam enviar jogadores. Por fim, houve um acordo para que cada clube liberasse no máximo dois atletas.

Três jogadores acima dos 23 anos foram convocados: Lars Bender, do Leverkusen, Sven Bender, do Dortmund, e o atacante Nils Petersen, do Freiburg, todos com 27 anos.

Para Schreier, a atenção da Alemanha ao futebol na Olimpíada é incerta: “Quando se pensa em esporte por lá, o futebol é o número um, mas, quando se pensa em Olimpíada, o futebol não tem importância alguma… Por outro lado, não vínhamos a uma Olimpíada desde 1988”, analisou. “Acho que no começo ninguém vai se interessar. Se formos às quartas, alguns ficarão acordados para ver. Se formos às semifinais contra o Brasil, terá atenção nacional”.

A atividade estava programada para o Fazendão, local que estava fora do planejamento do Comitê Organizador Local, mas que foi escolhido pela Alemanha para treinar. Segundo a assessoria da seleção, o treino foi mudado para o Barradão a pedido do COL e da Fifa, que pediram tempo para analisar o CT do Tricolor.