São F. do Conde: Contrato com a Refinaria Landulpho Alves é alvo da Lava Jato

O contrato de uma obra na Refinaria Landulpho Alves (BA), em São Francisco do Conde, é investigado pela 33ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta terça-feira (2), pela Polícia Federal (PF). A ação, denominada Resta Um, tem como alvo a construtora Queiroz Galvão. A construtora possui o terceiro maior volume de contratos investigados no âmbito da Operação Lava Jato.

Cerca de 150 policiais cumprem dois mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, seis de condução coercitiva e 23 de busca e apreensão. As ordens judiciais são cumpridas em São Paulo, no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, em Goiás, Pernambuco e Minas Gerais.

Segundo a PF, a construtora integrava o chamado “cartel de empreiteiras”, com pagamentos de propina sistemáticos a funcionários e diretores da Petrobras, assim como a partidos políticos.

Além da obra da Landulpho Alves, também são investigados os contratos no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, na Refinaria Abreu e Lima, Refinaria Vale do Paraíba e na Refinaria Duque de Caxias.

De acordo com a PF, os executivos da construtora também são investigados pelos pagamentos indevidos a diretores e funcionários da Petrobras, bem como o repasse de valores a partidos políticos. As operações realizadas por ordem dos executivos da empresa ocorreram através de transações comandadas por operadores tanto no Brasil como através de pagamentos no exterior em retribuições a obtenção de contratos com a estatal.

A investigação ainda abrange a descrição de fatos ocorridos com o objetivo de criar embaraços à comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigava irregularidades junto a Petrobras pelo Senado Federal em 2009. Ainda segundo a PF, existem indícios de que houve pagamento indevido de valores por executivos da Construtora Queiroz Galvão com o objetivo de dificultar os trabalhos da comissão.

São apuradas as práticas de crimes de crimes de corrupção, formação de cartel, associação criminosa e lavagem de dinheiro, dentre outros.

O nome “Resta Um” é uma referência à investigação da última das maiores empresas identificadas como parte integrante da chamada “Regra do Jogo” em que empreiteiras formaram um grande cartel visando burlar as regras de contratação por parte da Petrobras, em claro prejuízo à estatal.