Convocado, Centrão dá ‘apoio’ ao governo Michel Temer

Líderes do Centrão – grupo de 13 partidos, entre eles PP, PSD, PR e PTB – se reuniram nesta quinta-feira, 15, com o presidente Michel Temer para explicar o movimento de aproximação com a atual oposição tendo em vista a eleição para presidente da Câmara, em fevereiro de 2017. Temer chamou o grupo por estar preocupado com os efeitos do movimento em votações importantes para o governo. Após o encontro, o grupo divulgou uma carta de “compromisso e apoio” às ações e reformas que Temer pretende implantar.

Como mostrou o Estado nesta quarta-feira (14), enfraquecido desde a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para presidência da Câmara e com a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Centrão começou a articular uma aproximação com PT, PDT e PCdoB. O principal objetivo é tentar obter o apoio dos opositores a um candidato do grupo na sucessão de Maia. Parte da base aliada a Temer – PSDB, DEM, PPS e PSB, conhecida como a “antiga oposição” – também deverá ter candidato na disputa. A estratégia do Centrão, porém, tem potencial de prejudicar o governo. Isso porque, em troca do apoio do PT na eleição da Câmara, o grupo tem indicado que poderá estar ao lado dos opositores na defesa de mudanças em projetos importantes da pauta econômica do Executivo. A oposição quer, por exemplo, deixar saúde e educação fora do teto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita gastos públicos por 20 anos.