O juiz Sérgio Moro decidiu que o interrogatório no processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que investiga suspeitas envolvendo um terreno em São Paulo e um apartamento em São Bernardo do Campo, será presencial. O juiz chegou a sugerir que o depoimento fosse dado por meio de videoconferência, alegando que foi necessário um amplo esquema de segurança no depoimento prestado por Lula no processo referente ao triplex em Guarujá, em que o ex-presidente acabou condenado a nove anos e meio de prisão. A Polícia Militar (PM) informou que gastou R$ 110 mil no esquema de segurança.
Por sua vez, a defesa do petista foi contra a sugestão e pediu para que oitiva seja realizada pessoalmente. Em nota enviada à imprensa, o advogado Cristiano Zanin Martins afirmou que a lei “assegura ao acusado o direito de ser interrogado presencialmente pelo juiz da causa”. Segundo ele, “nenhuma alegação de ‘gastos desnecessários’ se mostra juridicamente válida para alterar a regra do interrogatório presencial estabelecida na lei”.
Nessa ação, Lula responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O Ministério Público Federal (MPF) acusa o ex-presidente de receber propina da Odebrecht. Segundo a MPF, a Construtora Norberto Odebrecht pagou R$ 12.422.000 pelo terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula. O interrogatório está agendado para o dia 13 de setembro, em Curitiba.