Candeias: Reunião discute morte de artista plástico

    A morte do artista plástico Manoel Arnaldo Filho, conhecido como Nadinho, de 61 anos, foi discutida em uma reunião entre o comandante geral da Polícia Militar, coronel Anselmo Brandão, familiares, o prefeito Pitágoras Ibiapina e vereadores, na manhã desta terça-feira (24), no quartel da PM, nos Aflitos. O encontro foi convocado após a morte do artista, ocorrida no último sábado (21), no bairro do Santo Antônio, durante uma ação da Polícia Militar. O coronel Anselmo Brandão disse em entrevista coletiva, que as investigações estão em andamento e que todas as provas e depoimentos devem auxiliar na elucidação do caso. “De imediato, mandei apurar os fatos. Estamos com o inquérito policial em andamento, com provas e ouvindo testemunhas e dizendo que nós vamos buscar a verdade dos fatos”, afirmou o coronel.

    Brandão disse ainda que não houve intenção da Polícia Militar afirmar que o artista plástico era criminoso. “Quando emitimos a nota, falamos de uma versão dos policiais. Em nenhum momento nós atribuímos a figura do artesão como criminoso”, ressaltou.

    O prefeito Pitágoras Ibiapina declarou que é necessário apurar os fatos e dar apoio as famílias. “O coronel ainda não sabe o que aconteceu, mas ele está empenhado, mobilizando toda a equipe para investigar e ver realmente o que aconteceu. A nossa vinda foi pedir realmente justiça, as autoridades do nosso país e nosso estado dar esse amparo à família candeense”,

    Já a filha de Arnaldo, Márcia Marinho, acredita que a justiça vai ser feita “O comandante nos disse que vai apurar com muita rigidez esse caso, está junto conosco. A gente acredita que partir agora esse caso dar ter um pontapé. Acredito que a justiça vai ser feita. Nós acreditamos na polícia, nós não admitimos o que foi acometido”, finalizou.

    Ação

    Manoel Arnaldo Filho, de 61 anos, conhecido como Nadinho, foi morto a tiros dentro da casa onde morava, no bairro do Santo Antônio, em Candeias, região metropolitana de Salvador, durante uma ação da Polícia Militar, na noite do último sábado (21), no bairro do Santo Antônio. Segundo testemunhas, uma guarnição da 10ª Companhia Independente da Polícia Militar (10ª CIPM) teria invadido a casa do artista e efetuado os disparos contra a vítima que estava desarmada.

    Versão da PM

    De acordo com a PM, em nota enviada a imprensa, a guarnição foi até o bairro do Santo Antônio, por volta das 20h, após receber “um chamado através do Centro Integrado de Comunicação (CICOM) informando que um homem havia invadido uma residência”.

    Os policiais militares informaram, em depoimento, que o “homem que apareceu em uma das janelas recepcionou os policiais empunhando e apontando uma arma de fogo contra os integrantes das guarnições e, segundo o relato dos próprios policiais, teria acionado duas vezes a tecla do gatilho da arma, mas a munição teria falhado. Frente a iminente ameaça, os policiais alvejaram o homem com dois disparos, um atingiu o braço e outro o tórax”.

    Ainda segundo a PM, “a arma utilizada pelo homem e apreendida após a ocorrência era um revólver calibre 32 com seis cartuchos, sendo dois percutidos e não deflagrados e quatro intactos”.

    Ainda segunda a nota, a Polícia Militar informou que um inquérito Policial Militar foi instaurado e que a Corregedoria está apurando o caso. O inquérito tem o prazo de 40 dias para ser concluído.

    Protesto

    Os moradores de Candeias realizaram na manhã desta segunda-feira (23), uma manifestação em frente a 20ª Delegacia Territorial, contra a morte do artista plástico. O grupo seguiu em caminhada pela BA-522, até a sede do batalhão da 10ª Companhia Independente da Polícia Militar, (10ª CIPM). “Mataram um inocente que não tinha envolvimento com o crime. A gente quer se faça justiça”, disse um dos moradores.

    Afastados

    Os três policiais militares envolvidos na ação que resultou na morte do artista plástico foram afastados das funções até a conclusão do inquérito.  Segundo a Polícia Militar, eles serão acompanhados pela equipe de psicologia da corporação. O inquérito tem o prazo de 60 dias para ser concluído.