Operação da PF e CGU apura fraudes em licitações

A Polícia Federal, com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), deflagra na manhã desta terça-feira (21), a Operação Offerus, com o objetivo de desarticular um esquema criminoso de fraude a licitações, superfaturamento, desvio de recursos públicos, corrupção ativa e passiva e lavagem de ativos envolvendo a contratação do serviço de transporte escolar nos municípios de Salvador, Alagoinhas, Casa Nova, Conde, Ipirá, Jequié e Pilão Arcado.

Cerca de 90 policiais federais cumprem 19 mandados de busca e apreensão em órgãos públicos, empresas e nas residências dos envolvidos no esquema, além de um mandado de prisão preventiva e dois mandados de afastamento do cargo de prefeito, estes últimos nos municípios de Pilão Arcado e Ipirá. Vinte e um auditores federais de controle, da CGU, também participam das diligências.

A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 38 milhões em valores e bens pertencentes aos investigados, sendo esse o valor do superfaturamento e do desvio apurado em auditorias realizadas pela CGU em apenas dois dos municípios investigados, Alagoinhas e Casa Nova.

Conforme constatado durante as investigações, iniciadas em 2017, as licitações eram direcionadas para beneficiar um grupo de empresas pertencentes ao mesmo empresário, que terceirizava integralmente a execução dos contratos para motoristas locais a preços inferiores, apropriando-se da diferença, que lhe rendia cerca de 300 mil reais mensais. Parte desse valor era utilizado para pagamento de propina aos servidores públicos envolvidos no esquema.

Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, e têm por objetivo localizar e apreender provas complementares dos desvios nas contratações públicas, do pagamento de propinas e da lavagem de dinheiro.

O nome da operação, Offerus, é uma referência à lenda de São Cristóvão, o padroeiro dos motoristas.