Quatorze municípios não monitoram presença de agrotóxicos na água, revela MP

Quatorze municípios da Bahia não fazem o monitoramento da qualidade das águas, de acordo com o Núcleo de Defesa da Bacia do São Francisco (Nusf) do Ministério Público estadual. O grupo apontou também que oito, dos 10 agrotóxicos mais utilizados na região do São Francisco, não passam pelo monitoramento realizado pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), por não constarem da portaria do Ministério da Saúde que lista os princípios ativos a serem fiscalizados. As informações foram apresentadas durante o Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, realizado na sexta-feira (4).

Segundo a promotora de Justiça, Luciana Khoury, o risco de presença de agrotóxico na água consumida na Bahia é muito grande. “Uma alternativa é fomentar uma agricultura mais limpa, livre de veneno, reduzindo o uso desses produtos químicos”, salientou a promotora, apontando ainda para a “falta de rigor” nos padrões brasileiros de mensuração. “Um exemplo é o glifosfato, que no Brasil é aceito em uma proporção 500 vezes superior à permitida na maioria dos outros países”, afirmou.

No evento, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea) e a Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental do Estado (Divisa) mostraram como funcionam o Sistema Sisagua e explicaram como os órgãos realizam suas atividades de fiscalização. Os dados apresentados pelo MP integram uma nota técnica apresentada aos presentes durante o fórum.