Benção virtual: fiéis do Senhor do Bonfim poderão fazer pedidos com fitinha através de app

Pode ser mais comum do que parece ver fiéis cercando o padre reitor da Basílica do Senhor do Bonfim com pedidos de selfie antes da benção. Mas a igreja foi além e tornou virtual até mesmo a famosa fitinha arramada na grade do santuário quando criou seu próprio aplicativo para levar a fé e devoção no padroeiro dos baianos ao mundo virtual, sem necessariamente, precisar subir a Colina Sagrada para ter sua graça alcançada.

“O aplicativo é para evangelizar. Temos aí mais uma forma de marcar presença nas novas mídias e se aproximar mais dos fiéis, principalmente daqueles que por algum motivo estão longe e não podem vir à igreja”, conta o padre Edson Menezes da Silva, que garante ainda que com fé, a benção pode ser alcançada também pelo celular.

“O devoto vai fazer a sua prece e o seu pedido pelo aplicativo e ele vai ser encaminhado para a benção. A ideia da fitinha virtual surgiu quando a gente pensou em um modo criativo de levar as pessoas conhecimento do que acontece na igreja”, afirma.

O aplicativo Senhor do Bonfim foi lançado na manhã de ontem,  durante a missa da Devoção do Senhor do Bonfim. Durante a homília o padre apresentou o aplicativo que deixou a aposentada Ondina Garrido de 79 anos, que não costuma utilizar o celular, a não ser para o Whatsapp, curiosa em conhecer e baixar a ferramenta.

O CORREIO deu uma forcinha e mostrou todas as funcionalidades da ferramenta que conta ainda com Webtv onde é possível além de “amarrar” simbolicamente a fitinha no gradio do santuário e fazer o seu pedido, também assistir as missas, enviar de testemunho, acompanhar notícias, fotos mais as campanhas. É possível ligar diretamente para a igreja pelo aplicativo e, além disso, conferir os horários das missas.

E assim, o aplicativo caiu nas graças da devota. “Nunca havia baixado aplicativo nenhum. Não sei nem para onde vai, mas gostei muito e vou pedir para minha cunhada baixar pra mim”, disse a aposentada, que curtiu principalmente a possibilidade de assistir as missas.

“Eu venho sempre, mas também é uma opção pra ficar perto do nosso Senhor do Bonfim quando a gente não puder estar aqui na igreja”, acrescentou.

Amém em um clique
Outra devota que ficou animada foi a professora Josele de Oliveira, de 54 anos, que confessa ser “bem desligada” com relação a estas coisas. A reportagem ajudou Josele a instalar o aplicativo pela primeira vez. A fé era tanta, que nem mesmo o fim da franquia da banda larga impediu a professora de mover montanhas por uma conexão de wifi.

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Dessa vez, Senhor do Bonfim começou a interceder desde já com a rede wifi da própria catedral aberta. Aplicativo baixado no celular, a professora foi mais uma que aprovou a novidade. “A fé não tem fronteiras. Se a gente pode fazer tudo pela internet porque não pode levar um aplicativo desses para levar a palavra? Eu adorei”.

O dispositivo é gratuito e está disponível na Play Store das plataformas Android e IOS e funciona como uma extensão do site do santuário. Para fazer o pedido por lá, é simples. Após baixar o aplicativo e cadastrá-lo com uma conta de e-mail, o devoto acessa o menu no item “fita virtual”.

Após abrir a página com as fitinhas é só escolher uma delas e clicar. Vai aparecer então um espaço para que a intenção seja digitada. Depois disso, basta enviar. Vai aparecer na tela a mensagem “rezaremos por você” após ser concluído o processo.

O vendedor Marcelo Dourado, de 28 anos, chegou ao Bonfim cedo para agradecer uma graça alcançada. “Estava desempregado e consegui um emprego esta semana. Vim pedir paz e agradecer”. De fitinhas na mão, o reforço do agradecimento também ia ser feito pelo meio virtual.

“Não abro mão da minha grade, só que vou baixar o aplicativo para acompanhar as ações da igreja. O importante mesmo é que nossa fé esteja lá sempre”, acredita ele.

E se tem fé não falta fé, a vendedora ambulante de fitinhas do Senhor do Bonfim, Geane dos Santos afirma que não tem medo da concorrência entre as dez fitinhas que vende por R$ 3 e o aplicativo. “O aplicativo vai ser só mais uma forma, porque as pessoas vão continuar amarrando suas fitinhas na grade da igreja. A fé não muda só aumenta”, aposta.

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