Bahia e Vitória ganham tempo para reorganizar as equipes

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Os torcedores da dupla Ba-Vi têm andado de coração apertado, olhar e pensamento distantes, alguns com uma inexplicável insônia. Até mesmo as provações entre as torcidas rivais reduziram a quase zero. Acabaram as chuvas de memes nos grupos de WhatsApp após os jogos do rival. E a explicação é fácil e está estampada nas respectivas tabelas de classificação: Bahia é o 16º da Série A e o Vitória o 8º da Série B do Campeonato Brasileiro. Resumindo, ambos estão longe das metas traçadas. O Tricolor, de beliscar uma vaga na Libertadores; o Rubro-Negro, de retornar à elite.

Sem vencer há oito partidas, o Bahia pode terminar a 11ª rodada na zona de rebaixamento, enquanto o Vitória ganhou apenas três jogos nos dez disputados na Segundona e tem visto o G-4 ficar mais distante a cada rodada que se passa. E para deixar os torcedores ainda mais angustiados, nos últimos dois confrontos somou apenas um ponto e perdeu claras chances de entrar no grupo de acesso.

Mas, como dizia Candinho, personagem interpretado pelo ator Sérgio Guizé na novela da Rede Globo Êta Mundo Bom – exibida em 2016 e reprisada neste ano – do escritor Walcyr Carrasco: “Tudo que acontece de ruim na vida da gente é pra meiorá”. E esse famoso bordão se encaixa perfeitamente no momento da dupla Ba-Vi e seus respectivos torcedores, que precisavam de um tempo para acalmar o coração, colocar as ideias no lugar e recuperar as energias. E ganharam, já que as equipes só voltam a campo na próxima semana, no dia 26. Para a torcida, um merecido ‘detox’ de jogos estressantes. Para os times, uma necessária pausa para um freio de arrumação.

Bahia

As fracas atuações do Bahia têm preocupado a diretoria do clube, que teve de agir rápido para tentar recolocar o time nos trilhos. A primeira mudança foi no comando técnico, com a queda de Roger Machado após a derrota por 5 a 3, em Pituaçu, para o Flamengo. Roger foi demitido após seis jogos no Brasileirão, com dois triunfos, dois empates e duas derrotas.

Nas duas rodadas seguintes, o auxiliar técnico Cláudio Prates assumiu o comando interinamente. Mas os resultados não melhoraram. O Bahia empatou com o Internacional e perdeu para o Grêmio. Naquele momento, o time já acumulava seis jogos sem vencer. Então, o presidente Guilherme Bellintani tirou um coelho da cartola e anunciou Mano Menezes para ser o responsável por reorganizar o Esquadrão.

Na prática, não tem sido bem assim. No primeiro jogo com Mano à beira do gramado, o Bahia teve uma péssima atuação e caiu em casa – terceira derrota como mandante – para o Atlético-GO. Para piorar, com gol do goleiro Jeanzinho. A velha ‘lei do ex’.

No duelo seguinte, contra o Corinthians, o time mostrou evolução na postura em campo e no sistema defensivo. Mas o vilão dessa fez foi a falta de sorte. Gilberto, que ainda não balançou as redes na Série A, perdeu chances incríveis e ainda desviou o chute torto de Otero, que abriu o placar para o time paulista, em um momento no qual o Tricolor era melhor no confronto. Com os três gols sofridos, o time voltou a ser o dono da pior defesa da Série A, com 18 gols sofridos.

Mano já manifestou a necessidade de contratar reforços. E o clube deve buscar de três a cinco nomes. Enquanto eles não chegam, pelo menos uma nova peça já estará à disposição para o próximo jogo, contra o Athletico, na Arena da Baixada, já que o meia Eric Ramires entrou no BID e está liberado para atuar.

Vitória

No Vitória, sob o comando do técnico Bruno Pivetti, o problema é a oscilação. Claro que existem outros, como a falta de um elenco mais volumoso e peças mais rodadas, que possam definir uma partida, dar um toque de qualidade. Mas essa oscilação tem dificultado a luta do Leão para entrar no G-4.

Nas últimas duas rodadas, o Vitória dependia de si para entrar no seleto grupo, mas, mesmo mostrando organização e muita dedicação, perdeu para o Cruzeiro e depois empatou com o Juventude. E é justamente o grande número de empates que têm prejudicado o time. Até aqui foram cinco, além de três vitórias e apenas duas derrotas na Série B.

Com um elenco limitado, Pivetti tem se mostrado uma grata revelação. Em campo se vê um Vitória que sabe o que quer, mas a falta de peças pontuais faz com que o time tenha dificuldades quando encara adversários mais cascudos ou bem montados. E a prova de que a vontade tem superado a falta de técnica está nos números. Até aqui, o Leão tem 83% de aproveitamento como mandante.

Por outro lado, não marcou gol em 40% dos jogos desta Série B e só esteve em apenas uma rodada no G-4. O próximo adversário é o Oeste, no Barradão.

Fonte:ATarde