Vereadora de Niterói Benny Briolly deixa o país após ameaças de morte

Informações: Isto é. Foto: Metropole

A vereadora de Niterói, no Rio de Janeiro, Benny Briolly (PSOL), primeira parlamentar trans eleita na cidade, anunciou na noite desta quinta-feira (13) que precisou deixar o Brasil após receber ameaças de morte.

Por meio de uma nota publicada em suas redes sociais, a Benny diz que a decisão de retirá-la do país para proteger sua integridade física foi tomada pelo seu partido, o PSOL.

“Para assegurar sua vida, o Psol precisou tomar uma medida drástica de tirar Benny do país. O que é absurdo e incompatível com o Estado democrático”, diz a nota.

Esta não é a primeira vez que a parlamentar é ameaçada. Em março, ela chegou a acusar o colega de Câmara Douglas Gomes (PTC-RJ) de agressões verbais e quase físicas.

“Hoje fui agredida com transfobia, racismo e quase fisicamente pelo vereador fascista Douglas Gomes, que foi segurado pelos meus companheiros de bancada para que não me encostasse. Foi horrível e doloroso!”, disse ela.

O comunicado sobre sua saída do país diz que, “desde que foi eleita, Benny já sofreu uma série de violências. Em dezembro de 2020, antes de ser empossada, Benny esteve no parlamento para acompanhar uma sessão. Na ocasião, um grupo de bolsonaristas liderados por Douglas Gomes se reuniam na frente da Câmara Municipal. No microfone, o referido vereador incitava seus eleitores a atacar a vereadora Benny. Sob xingamentos e ameaças, a parlamentar eleita precisou ser retirada da Câmara escoltada pela Guarda Municipal, que foi acionada por outros vereadores para assegurar sua integridade física”.

A nota informa ainda que a vereadora chegou a receber um e-mail citando seu endereço que exigia sua renúncia do cargo, caso contrário iriam até sua casa matá-la. Além disso, Benny recebeu comentários em suas redes sociais desejando que “a metralhadora do Ronnie Lessa” a atingisse.

Ronnie Lessa é um Policial Militar reformado que foi preso acusado pelos homicídios da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Lessa era vizinho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seu filho Carlos, no condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, e é apontado como chefe da milícia de Rio das Pedras de Gardênia Azul, ambas na zona este do Rio.

No comunicado publicado nas redes sociais de Benny Briolly, é informado que a “Mandata já comunicou, informou e oficiou várias instâncias do Estado brasileiro sobre a grave situação. Mas até o momento não foram tomadas medidas efetivas que protejam sua vida e seus direitos políticos”, e que por isso a parlamentar precisou sair do país.