Servidores públicos avaliam greve geral contra reforma administrativa

Representantes do Fórum Baiano em Defesa do Serviço Público avaliam decretar uma greve geral do setor em protesto contra o texto da reforma administrativa, a chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, que tramita na Câmara dos Deputados. A possibilidade de paralisação foi discutida durante uma reunião virtual do grupo.

Composto por 18 entidades, o fórum afirma que as mudanças previstas na PEC 32 enfraquecerão as carreiras de Estado e colocarão o serviço público à disposição de governos, em vez de atender aos interesses da população.

Na avaliação de sindicatos, federações e associações de servidores, se aprovada, a reforma resultará no fim da estabilidade no serviço público, além das reduções da jornada de trabalho e salários. Para as entidades, a matéria abrirá portas para o que chamam de submissão à lógica mercadológica a favor da corrupção.

Os representantes do setor também demonstram preocupação diante do interesse do centrão na proposição, já que ela poderá ampliar a oferta de cargos para a barganha em negociações com o governo Jair Bolsonaro (sem partido).

Para eles, a PEC 32 deverá ainda escancarar a convergência de interesses privados na máquina pública.

“A intenção do governo é desidratar o texto da PEC 32, pois o próximo ano é eleitoral e a matéria é impopular. Mas nós pretendemos que ele seja retirado completamente da pauta do Congresso”, diz a coordenação do fórum.