PM nega excesso e diz que tiros foram estratégicos em inquérito da morte de soldado na Barra

A Polícia Militar da Bahia (PMBA) afirmou que não houve excesso na estratégia da corporação ao atirar contra o soldado Wesley Soares de Góes, em março deste ano, no Farol da Barra, em Salvador. A conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM) que apurou os fatos que resultaram na morte do PM foi apresentada durante coletiva nesta quinta-feira (20). Além disso, de acordo com a PM, “não há conexão da morte do soldado com o serviço policial militar”.

Estiveram presentes na coletiva o corregedor-geral da PMBA, coronel César Magnavita, o oficial encarregado pelo IPM e corregedor adjunto da PMBA, tenente coronel Agnaldo Ceita, e dois representantes do Ministério Público que acompanharam as investigações.

“Concluímos pela inexistência de infração administrativa disciplinar residual da ação dos policiais militares do BOPE porque eles agiram de acordo com procedimentos, com protocolos, internacionalmente aceitos. Na verdade, o protocolo praticado pelo BOPE é, dentre os existentes, o menos gravoso, o que utiliza mais ainda da busca da preservação da vida humana”, afirmou coronel César Magnavita.

Ainda de acordo com a corporação, os policiais militares estavam autorizados a permanecer atirando até que fosse cessada a agressão do soldado aos presentes. “Desta forma, não haveria excesso de disparos praticados por nenhum policial militar ali presente porque o soldado só foi devidamente imobilizado, só foi efetivamente cessada a agressão, os disparos, quando a munição do fuzil 556 esgotou, e que ele foi buscar o segundo armamento, que era uma pistola, e que aí foi interceptado pela primeira equipe do Batalhão de Operações Especiais Policiais”, acrescentou o corregedor-geral da PMBA.

“Nós tínhamos no local do fato duas células táticas, compostas por cinco homens cada uma, e nós tínhamos dois atiradores. Todos, a partir do momento da ação do soldado Wesley, não precisavam de autorização de ninguém para reagir porque eles estavam agindo em legítima defesa, ou própria, ou de terceiros”, justificou.

A PMBA afirmou também que todos os tiros disparados contra Wesley foram em locais estratégicos do corpo.  “Na região do ombro, na região do braço, na região da mão, da omoplata e na perna. Então, sempre tiros periféricos, para impedir a sua reação. O disparo que o atingiu na região da cintura, um único disparo, de calibre 762, foi esse disparo que levou ao seu óbito, não pelo atingimento, mas pelo sangramento interno que foi provocado”, concluiu Magnavita.

Relembre o caso

O policial militar dotado da 72ª CIPM, em Itacaré, morreu após protagonizar um “surto” no Farol da Barra, no dia 21 de março deste ano. O soldado foi baleado pelo menos oito vezes após atirar contra policiais que participavam da operação. Wesley chegou a ser socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde chegou a ser intubado, mas não resistiu aos ferimentos.