Protestos contra a extrema-direita reúnem 200 mil pessoas na Alemanha

 

Cerca de 200 mil pessoas saíram às ruas de várias cidades alemãs no último sábado (03) em protestos contra o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AFD). Em Berlim, a capital, cerca de 150 mil pessoas se concentraram em frente ao edifício do Reichstag, o parlamento federal, sob o slogan “Somos a barreira de proteção”, em uma manifestação contra o crescente apoio aos extremistas e em defesa da democracia.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, saudou em suas redes sociais o “forte sinal a favor da democracia e da Constituição” alemã. “Quer em Eisenach, Homburg ou Berlim: em pequenas e grandes cidades por todo o país, muitos cidadãos estão se juntando para protestar contra o esquecimento, o ódio e o discurso de ódio”, escreveu Scholz.

Os protestos, que já se estendem por quatro semanas consecutivas, foram motivados por notícias de que dois altos cargos da AFD participaram de um encontro para discutir planos para a alegada deportação em massa de cidadãos estrangeiros. As chefias do partido de extrema-direita negaram que a proposta faça parte de seus planos políticos.

O sucesso da AFD em algumas regiões do país tem gerado apreensão entre os partidos tradicionais, que temem mais vitórias da extrema-direita em três eleições estaduais que serão realizadas em setembro no leste do país. No entanto, as mais recentes pesquisas de opinião indicam um ligeiro declínio no apoio à AFD. Ainda assim, a AFD permanece em segundo lugar nas pesquisas, atrás da União Democrata Cristã (CDU, conservadores), com 32%, e do partido de centro-esquerda de Scholz, os Democratas Sociais, em terceiro, com 15% das intenções de voto.