O Bahia tenta hoje, na Fonte Nova, contra o Juventude, o sétimo triunfo consecutivo como mandante no Brasileiro, para manter os 100% de aproveitamento em casa. E uma das principais explicações para o bom retrospecto é a solidez defensiva apresentada pela equipe em seus domínios.

Afinal, o Esquadrão entrou nesta 14ª rodada ostentando a melhor defesa como mandante, junto com Athletico e Juventude, com três gols sofridos em seis jogos, com média de 0,5. Fora de casa, a história é bem diferente e a média chega a 1,85 por jogo, com 13 gols em sete jogos.

Como o time tricolor conseguiu marcar em todas as 13 partidas realizadas no Brasileiro, a segurança defensiva faz com que a equipe fique mais próxima do triunfo. Não por coincidência, metade dos seis triunfos registrados na Fonte Nova tiveram o mesmo placar: 1 a 0, contra Grêmio, Red Bul Bragantino e Fortaleza.

O período em que alcançou os três triunfos citados foi justamente aquele em que o Bahia conseguiu passar mais segurança defensiva no ano. Juntando todas as competições e locais, o Esquadrão sofreu apenas dois gols (contra Botafogo e Atlético) em oito jogos, sendo cinco pelo Brasileiro.

Os três gols sofridos na derrota para o São Paulo, recorde nesse Brasileiro, em partida em que o próprio Rogério Ceni admitiu que a equipe errou mais do que o normal, entretanto, acendem um alerta para a necessidade de recuperação dos bons números defensivos, já que o time chegou ao nono gol sofrido nos cinco jogos mais recentes na competição, saltando de uma média de 0,4 nos cinco jogos anteriores (dois gols sofridos) para 1,8 nos cinco mais recentes.

Até mesmo na Fonte Nova, em que o time ainda segue com bons números defensivos, os gols solitários sofridos contra Cruzeiro e Vasco impuseram uma tensão extra aos jogos, que foram resolvidos já próximos aos finais, com a contribuição dos atacantes suplentes, no 4 a 1, contra o Cruzeiro e no 2 a 1 contra o Vasco.

A entrada do zagueiro Gabriel Xavier na equipe titular a partir da segunda rodada, contra o Fluminense, foi apontada como um dos principais fatores para a evolução defensiva da equipe durante o Brasileiro. E o camisa 3 realmente elevou o nível com grandes atuações que o levaram, inclusive, à seleção da Bola de Prata. Nas partidas mais recentes, entretanto, teve atuações irregulares, principalmente contra Criciúma, Cruzeiro e São Paulo, que o tiraram até da seleção.

A virada na fase defensiva, tanto coletiva quanto de Gabriel, praticamente coincide com a saída de Arias para disputar a Copa América com a seleção colombiana.

Desde então, o Bahia levou nove gols em seis jogos (1,5 por partida), contra os sete gols sofridos nas sete rodadas anteriores, com média de um por jogo, inflada pelos três primeiros, sem Gabriel Xavier, em que o time já havia sofrido cinco gols. Gilberto vem fazendo boas partidas, mas, por questões de características e encaixe, Gabriel parecia mais seguro tendo Arias ao lado.

Com a linha titular completa, com Arias, Gabriel, Kanu e Juba, foram apenas quatro jogos, com dois gols sofridos, três triunfos e um empate.

Perigo aéreo

O adversário de hoje, Juventude, não tem um dos ataques mais produtivos. Iniciou a 14ª rodada com o 11º melhor desempenho, com 15 gols marcados em 12 jogos. Ao contrário, porém, do que esses números podem sugerir, a partida de hoje inspira cuidados defensivos redobrados porque um dos principais pontos fortes dos gaúchos casa com uma das principais fragilidades do Tricolor: jogo aéreo.

Dos 15 gols, cinco foram marcados de cabeça. Seja com Nenê ou Jean Carlos em campo, o Juventude tem as bolas cruzadas em escanteios ou faltas laterais como grande arma. Dois gols nasceram de escanteios cobrados por Nenê e mais um, de falta lateral, enquanto Jean Carlos contribuiu com uma cobrança de escanteio para gol.

Além dos cinco gols diretos, outros quatro nasceram após desvios de cabeça. Outra preocupação é com os chutes de fora da área. Jean Carlos já fez três, um deles em cobrança direta de falta. Lucas Barbosa também fez um de longe.