Joaquim Levy diz que meta fiscal do Brasil depende de apoio do Congresso

O ministro da Fazenda do Brasil, Joaquim Levy, disse que o Congresso precisa aprovar os cortes nos benefícios sociais e o aumento nos impostos propostos pelo governo para garantir o cumprimento da meta fiscal deste ano. “Nós acreditamos que podemos” cumprir a meta de superávit fiscal primário de 1,2% do produto interno bruto, disse Levy em entrevista na Bloomberg Americas Monetary Summit, em Nova York. “Isso exigirá que as medidas que enviamos ao Congresso sejam aprovadas, exigirá muita atenção”.

A meta do governo para o superávit fiscal primário, que exclui o pagamento de juros, seria maior que o déficit de 0,6% registrado em 2014. Levy enviou duas propostas ao Congresso que equivalem a cerca de R$ 23 bilhões (US$ 7,6 bilhões) em cortes de gastos e aumentos de receita. Isso equivale a cerca de 35% da meta fiscal deste ano. “As coisas têm saído bem no Congresso”, disse Levy. “As pessoas entendem que isso é essencial para colocar o Brasil num novo caminho de crescimento”.

A economia do Brasil cresceu 0,1% no ano passado e os economistas consultados pelo Banco Central previram uma contração de 1,03% em 2015. Esta seria a pior performance em 25 anos, segundo dados do BC. “Estamos saindo de uma política de estímulo à demanda para algo que está muito mais do lado da oferta”, disse Levy em referência aos planos do governo para aumentar os investimentos em infraestrutura e criar um ambiente mais amigável aos negócios.

Em conversa posterior com repórteres, na segunda-feira, o ministro disse que o Brasil poderá melhorar as estimativas de inflação para 2016 feitas por analistas na pesquisa do BC. Os economistas projetaram um aumento de 5,6% nos preços ao consumidor no ano que vem. “Podemos fazer melhor do que isso”, disse Levy. “Temos que continuar perseverando. Temos de completar o ajuste fiscal – ter tudo votado no congresso – e fazer todas aquelas etapas para o Brasil poder voltar a crescer”.

Com informações do UOL