Com menor demanda, alta dos preços da carne perde força

Uma das fontes de pressão sobre a inflação nos últimos meses, o aumento de preço da carne de boi desacelerou em junho afetado pela menor demanda. O preço das carnes avançou apenas 0,64% no mês passado, desacelerando de um avanço de 2,32% no mês imediatamente anterior. As carnes ainda acumulam um forte aumento neste ano (5,10%) e em 12 meses (18,72%), informou o IBGE nesta quarta-feira (8).

Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora dos índices de preço do IBGE, a menor renda e emprego têm afetado o consumo do produto. “Os frigoríficos têm reclamado da menor demanda, especialmente das carnes de primeira, que são mais caras”, explicou Eulina.

Um levantamento da consultoria Agrifatto estima que 44 plantas de abate de bois foram desativadas neste ano, a maior parte de médio e grande porte. Além da menor demanda interna e externa, os frigoríficos estariam sendo afetados por uma menor oferta de boi para o abate.

INFLAÇÃO

Pressionada pelo aumento dos alimentos, jogos de azar e passagens aéreas, a inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA, acelerou e atingiu 8,89% no acumulado dos últimos 12 meses.

É taxa acumulada mais alta desde dezembro de 2003 (9,30%). Na comparação entre junho e maio, a alta foi de 0,79% em junho. Trata-se da maior taxa para meses de junho desde 1996 (1,19%), época em que o país fazia a transição da hiperinflação para taxas mais moderadas.

Os alimentos têm pressionando a inflação por causa do regime de chuvas, que tem afetado principalmente os tubérculos. O grupo de alimentos teve o segundo maior impacto sobre o índice, de 0,16 ponto, apesar de a alta ter desacelerado de 1,37% em maio para 0,63% em junho.

Dos grupos acompanhados pelo IBGE, o de despesas pessoais avançou 1,63% no mês e teve o maior impacto sobre o índice como um todo, de 0,18 ponto.

Com informações da Folha de São Paulo