Novak Djokovic, tenista numero 1 do mundo chora aos ser eliminado das Olimpíadas

Lágrimas de tristeza de um lado, lágrimas de alegria do outro. A quadra central do Centro Olímpico de Tênis protagonizou a sua primeira surpresa neste domingo. O apoio da torcida e os lances dignos de número 1 do mundo não foram suficiente para ajudar Novak Djokovic a lutar pela medalha de ouro. Em um jogo muito equilibrado, sem qualquer quebra de saque, Djoko foi reverenciado diversas vezes pelos brasileiros, mas falhou nos momentos decisivos e caiu logo na estreia para o argentino Juan Martin Del Potro por por 2 sets a 0, parciais de 7/6 (7-4) e 7/6 (7-1).

– É uma das derrotas mais dolorosas da minha carreira. Logo depois do jogo, a emoção está ali ainda. Não foi a primeira nem a última vez que perdi, mas é uma Olimpíada, o que aumenta a dor. Delpo esteve melhor e mereceu vencer. Nos momentos decisivos, mostrou um tênis melhor, e está de parabéns. Estou desapontado por sair tão cedo do torneio, mas por outro lado estou feliz pelo Delpo, que é um grande amigo e que lutou tanto para superar lesões – disse Djoko.

Foi um filme repetido: na Olimpíada de Londres, em 2012, ambos se enfrentaram na disputa pela medalha de bronze. E o argentino também levou a melhor. Del Potro agora enfrenta o português João Sousa nesta segunda-feira, ainda encantado com feito deste domingo.

– Foi uma noite maravilhosa. Desde que saiu o sorteio, a expectativa foi enorme. Acho que correspondi. Não esperava ganhar, fiquei surpreso com o meu nível. Acho que foi a minha melhor noite. Tanto o que lutei para continuar jogando tênis, e hoje ganhei do número 1 do mundo. Foram duas horas e meia de uma intensidade de jogo espetacular, o público gostou. Eu estava cansado, mas feliz ao mesmo tempo. Queria ganhar, mas também queria que o jogo continuasse. A noite estava perfeita para jogar. A torcida fez um espetáculo à parte.

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O primeiro set foi marcado pelo equilíbrio. Não houve quebra de saque. Del Potro foi quem mais chegou perto no nono game, mas Djokovic mostrou toda a sua habilidade para impedir. Em dois lances idênticos, tirou a força da bola, atraiu o adversário para a rede e matou o ponto com uma paralela certeira. O jogo foi para o tie-break e bastou apenas um mini break para dar a vitória ao argentino por 7-4.

O segundo set parecia uma repetição do primeiro, com equilíbrio e nenhuma quebra. Mas aqui cabe um parênteses para lembrar que Djokovic é o atual número 1 do mundo. Mesmo sem estar no melhor de seus dias, o sérvio protagonizou lindos lances na quadra central. Em um deles, logo no início do segundo set, ele deu um drop-shot, a tradicional deixadinha, Del Potro chegou na bola e Djoko emendou um belo lob para matar o ponto. A plateia aplaudiu de pé e reverenciou o ídolo, que pedia mais barulho com toda seu carisma – com direito a munhequeira nas cores verde e amarela.

À medida que o jogo avançava e Djokovic não conseguia impor superioridade técnica, os argentinos se animavam na arquibancada. Aos poucos, o Maracanã dava lugar à Bombonera, casa do Boca Juniors, time do coração do tenista hermano. Os gritos de ”Djoko! Djoko!” viraram ”Delpo! Delpo!”. O roteiro ganhou ares de tensão com o novo tie-brake. E mais uma vez o melhor do mundo falhou na hora decisiva. Del Potro chegou a abrir 5-0 e não teve dificuldades para fechar a partida.

Veio o choro de ambos os lados. Para Del Potro, a redenção de conseguir seu melhor resultado após várias cirurgias no punho esquerdo. Para Djokovic, a decepção de ver o sonho de ganhar sua primeira medalha de ouro (foi prata em Pequim 2008) acabar logo na primeira rodada.

Foto: Agência AFP