“Temer só atende os interesses do segmento empresarial”, diz Robinson Almeida

O Deputado Federal Robinson Almeida (PT) fez críticas a Operação Lava Jato e ao governo do presidente Michel Temer (PMDB).  Em entrevista ao programa Baiana Livre desta segunda-feira (15), o parlamentar afirmou que durante a condução da operação, foram apontados diversos problemas e “vazamentos seletivos”, com o intuito de prejudicar o Partido dos Trabalhadores (PT).

“Eu sou favorável à ampla investigação da corrupção. É possível ter instrumentos com mais capacidade de investigar desvios de conduta de agentes públicos. A Operação Lava Jato começou muito bem, com várias iniciativas, operações de busca e apreensão, como também levantamento de informações. Temos também identificado problemas  na condução dessa operação, como o vazamento de documentos seletivos e confidenciais, no intuito de prejudicar um único partido, que é o Partido dos Trabalhadores (PT)” , afirmou o deputado.

O deputado comentou sobre o retorno do ex-presidente Lula ao governo em 2018. O parlamentar afirma que o ex-presidente ainda possui força para disputar a eleição e que não há outro nome no partido para disputar o Palácio do Planalto. “Lula é um candidato porque ele é um inocente. O PT não montou um plano B, porque acredita que não há impedimento na candidatura do ex-presidente. Quero lembrar também que o PT tem várias lideranças ao longo do tempo que desempenham funções importantes dentro do partido, como por exemplo, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad e o ex- governador do Rio Grande do Sul, Tássio Genro”, declarou.

Segundo o parlamentar, diante do cenário atual, o presidente Michel Temer (PMDB) ainda se sustenta no poder porque  atende somente a grupos de interesses, segmentos empresariais e econômico, visando os grandes grupos de mídia.

“Ele tem baixa legitimidade, cerca de apenas 5% de aprovação, mas tem muito apoio político. Apoio político dentro desse Congresso conservador e apoio político no segmento empresarial, no segmento econômico, no mercado e nos grandes grupos de mídia que estão apoiando essa pauta que lhe dá sustentabilidade. E ele é um presidente ilhado, que não visita os estados, que não visita os municípios. A última agenda pública dele que eu lembro foi a inauguração de uma obra feita por Lula e Dilma: a transposição do Rio São Francisco. Praticamente ele não visita o Brasil, não sai de Brasília, não sai do Palácio. Porque, se sair nas ruas, ele não consegue andar devido à sua baixa popularidade. Mas esses grupos poderosos dão sustentação e ele pode chegar até 2018”, comenta o parlamentar.

Robison afirma que o modelo de governo do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), é conservador e não atende aos avanços sociais.

“Um governo que veio fruto de um golpe de Estado, desse impeachment sem comprovação de crime de responsabilidade, tem uma agenda ultra neoliberal, muito conservadora e de ataque aos avanços sociais. É a favor da terceirização, da reforma trabalhista, da Previdência, do congelamento por 20 anos dos investimentos em saúde, educação e assistência social. Faz um mega-ajuste fiscal para poder assegurar o pagamento dos serviços da dívida para os rentistas do país. Então, é um governo que corta programas sociais, como Brasil Sem Fronteiras, como a Farmácia Popular, e interfere na ação do Estado sempre no sentido de políticas conservadoras como foi a reforma no ensino”, finaliza.