“Nada nos destruirá; nem a mim, nem aos nossos ministros”, diz Temer

    Com informações do Estadão/Foto: Beto Barata/PR

    Em uma tentativa de agenda positiva na semana em que deve ser denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer deu um recado durante cerimônia no Palácio do Planalto e afirmou que seu governo está “na rota da superação e nada o destruirá”. “O Brasil esta nos trilhos, na rota da superação. Ninguém duvide, nossa agenda de modernização do Brasil é a mais ambiciosa de muito tempo. Tem sido implementada com disciplina, tenacidade, com sentido de missão. Não há plano B. Há de seguir adiante. Nada nos destruirá. Nem a mim, nem aos nossos ministros”, afirmou.

    Em discurso durante cerimônia de sanção da conversão em lei da Medida provisória 764, que já vigora desde dezembro do ano passado, Temer tentou se mostrar otimista com relação à retomada da economia, principalmente do varejo. A medida autoriza a diferenciação de pagamentos de bens e serviços oferecidos conforme o meio de pagamento, ou seja, regulamenta os descontos em compras à vista ou pagas em dinheiro em espécie. “A MP agora sancionada é singela, mas a lei não precisa ser longa para produzir efeitos”, disse, ressaltando que a medida promove a justiça social, garante a transparência e protege o consumidor.

    Os dados mais recentes do varejo brasileiro, divulgados em 13 de junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam situação ainda difícil para o setor. As vendas subiram 1,50% em abril ante março e recuaram 0,4% em relação a abril de 2016. No acumulado de 2017, há queda de 1,8% e, nos 12 meses até abril, baixa de 6,3%. Ao afirmar que as leis singelas também podem produzir efeitos, Temer disse que leis mais extensas, muito explicativas, podem gerar “uma prisão para o interprete, que é o poder Judiciário”. “Nós adotamos muito o hábito de hoje de ampliar demais, quando fazemos uma lei ou decreto, e explicitar demasiadamente, o que gera muitas vezes uma prisão ao interprete, que é o poder judiciário”, declarou.