A decisão da Petrobras em fechar a unidade baiana da Fafen, fábrica que produz fertilizantes nitrogenados a partir do gás natural dos campos produtores de petróleo, localizada em Camaçari, gerou forte reação de políticos baianos.
Nesta quarta-feira (21), por meio de ato publicado no Diário Oficial do Legislativo baiano, o presidente da Assembleia legislativa da Bahia, Angelo Coronel (PSD), convocou para o dia 9 de abril sessão para debater o tema. Segundo dados do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), com o fechamento da unidade serão demitidas diretamente 700 pessoas, além da perda de milhares de empregos em Camaçari, Dias d’Ávila e outros municípios da Região Metropolitana de Salvador.
Na justificativa para a convocação da sessão, Coronel diz que além do risco efetivo do fechamento de algumas dessas unidades produtivas, afetadas pela falta de matéria-prima, temos de considerar os graves prejuízos para o agronegócio, indubitavelmente um dos mais importantes segmentos da economia brasileira – em grande parte responsável pela saída do país da crise econômica – com a desativação de uma unidade produtora de grande capacidade instalada de produção de fertilizantes, conforme dados acima apresentados.
Líder do PT no Legislativo baiano, o deputado estadual Joseildo Ramos diz que o movimento de fechamento das FAFENs não tem relação com a produtividade das fábricas em si, e tendem a abater a economia nacional, favorecendo o desnecessário aumento da importação de fertilizantes.
“O fechamento de unidades, os questionamentos sobre seu lucro, a tentativa de enfraquecimento dos sindicatos. Essas ações não são aleatórias e desordenadas, e não aconteceram apenas com as FAFENs. Elas têm um objetivo muito claro de desidratar a empresa para enfraquecê-la e assim facilitar a venda da Petrobras, o maior tesouro nacional, a preço de banana para o capital estrangeiro”, acusou o parlamentar.