Primeira missa no Brasil à Santa Dulce reforça importância da fé do povo baiano

Foto: Elói Corrêa/GOVBA

Uma multidão de cerca de 55 mil pessoas lotaram a Arena Fonte Nova, neste domingo (20), para acompanhar a primeira celebração no Brasil em homenagem à Irmã Dulce, após a canonização que a tornou Santa Dulce dos Pobres, ocorrida na semana passada, no Vaticano. Acompanhado pelas filhas Lívia e Marcela e pelos pais, Rosário e Antônio Carlos Magalhães Júnior, o prefeito ACM Neto esteve presente na celebração, que reuniu apresentações musicais e teatrais, além de símbolos religiosos, e salientou a emoção em ver o reconhecimento das ações do Anjo Bom da Bahia e primeira santa nascida no Brasil.

“Tenho muito orgulho de ser prefeito de Salvador em um momento como esse. É algo que toca profundamente meu coração. Tenho certeza que essa primeira missa em homenagem à Santa Dulce entra para a história de Salvador e reforça ainda mais a importância da religiosidade e da fé do povo baiano”, declarou ACM Neto.

O governador Rui Costa participou da celebração, acompanhado da primeira-dama e presidente das Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA), Aline Peixoto, e de José Maurício Moreira e Cláudia Araújo, que receberam a graça da cura, reconhecida pelo Vaticano.
Para Rui, Santa Dulce dos Pobres está acima das religiões pela generosidade, história e cuidado com o próximo. “Com a canonização de Santa Dulce dos Pobres, a Bahia torna-se uma referência ainda maior do que já é da fé, com suas mais de 300 igrejas, como a do Bonfim, de Nossa Senhora da Conceição da Praia, do Rosário dos Pretos e de São Francisco. Isso vai ser muito bom também para reforçar o destino religioso que é a nossa capital”, afirmou o governador.

A celebração eucarística foi ministrada pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, que exaltou o exemplo deixado por Santa Dulce aos cidadãos. “Isso é o que toca mais de perto: saber que ela deixou uma obra viva, onde cada pessoa é uma pedrinha nesse mosaico de amor e que forma o rosto de Jesus Cristo. Sentimo-nos responsáveis por trabalhar para que esse espírito que Irmã Dulce captou em Jesus, essa capacidade de doar-se aos outros, seja também vivida e assumida por nós. Essa é uma mensagem de amor.”

“Só tenho a agradecer a todos, ao povo da Bahia e do Brasil, que acreditam nessa obra de levar adiante a missão de amar e servir. Agora não é só a fila do ambulatório: a gente também tem que acolher bem e com amor as pessoas que chegam pra conhecer a história de Irmã Dulce, seu memorial, seu santuário, pra tocar um pouquinho em Irmã Dulce, agora Santa Dulce dos Pobres”, disse a superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) e sobrinha da religiosa, Maria Rita Lopes Pontes.

Um dos miraculados, o maestro José Maurício Moreira, 50 anos, que passou 14 anos cego e só voltou a enxergar após pedir intercessão de Irmã Dulce, era só emoção na celebração. “O presente é de todos nós, que convivemos com Irmã Dulce, que viu Irmã Dulce atravessar as ruas de Salvador com toda a dificuldade e saúde precária, pedindo esmola e doações em lojas e casas para as obras sociais, nunca era para ela. Pra nós, hoje, saber que ela foi canonizada é uma glória, um reconhecimento de uma serva de Deus, talvez a maior serva de Deus que já pisou na terra depois de Jesus Cristo. Então, pra mim é gratificante demais estar aqui, além de voltar a enxergar. Ela está fazendo no céu o que fazia aqui, que é ajudar o próximo. É só pedir que ela atende”, exaltou.