Petistas prestigiam posse, mas criticam ministério de Dilma

Militantes do PT que vieram a Brasília para participar da posse de Dilma Rousseff (PT), nesta quinta-feira (1º), celebraram a vitória da petista, mas criticam o ministério anunciado por ela nos últimos dias e que tomará posse hoje.

Estimativas da PM do Distrito Federal indicam que pelo menos 30 mil pessoas participam da festa de posse da presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo o PT, pelo menos 450 ônibus de diferentes Estados vieram a Brasília trazendo militantes para a cerimônia.

Vinda de Cubatão (SP), a assistente social Cinthia Neli da Silva Inácio, tirou dinheiro do próprio bolso para participar da festa de posse de Dilma. Ela dormiu em um colchonete no ginásio Nilson Nelson, a pouco mais de cinco quilômetros do local da cerimônia.

Cinthia trabalha para uma empresa terceirizada que presta serviços à Prefeitura de Cubatão, comandada pelo PT, e diz que o anúncio do ministério de Dilma a deixou com “medinho”.

“Eu não digo que estou decepcionada, mas estou na angústia para ver o que vai acontecer. Quero ver qual vai ser o resultado. Espero que meu voto não tenha sido dado em vão e que meu trabalho não tenha sido em vão. Quando a gente olha alguns quadros, dá um medinho”, afirmou.

Viviane de Souza, 23, é estudante de Ciências Sociais e trabalha em uma ONG (organização não-governamental) em João Pessoa, capital da Paraíba. Ela enfrentou uma viagem de dois dias e meio de ônibus entre a capital paraibana e Brasília apenas para participar da festa.

“Essa festa é um marco histórico. É a segunda posse de uma mulher em um país machista e estar qui, é antes de tudo, participar da história do Brasil”, disse.

Quando o assunto é o ministério anunciado por Dilma, com nomes como Helder Barbalho (Pesca) e Kátia Abreu (Agricultura), Viviane não mostra o mesmo entusiasmo.

“Esses ministérios são alvo de críticas que os movimentos sociais fazem, mas acredito que vai mudar. É apenas para garantir a governabilidade”, afirma.

O produtor cultural e jornalista Sandro Alves, 25, também de João Pessoa, diz estar bastante desconfortável com os nomes anunciados por Dilma para os ministérios de seu segundo mandato.

“Não me sinto nem um pouco confortável. Um nome como Kátia Abreu avilta essa militância que esteve tão forte durante a campanha dela”, diz Alves.

Ele contemporiza afirmando entender que a composição do ministério é uma tentativa de manter a governabilidade. “O principal problema dessa composição é o nosso sistema. Ela pegou esses nomes, está tentando se cercar pra ter tranquilidade para governar. Tem gente querendo pautar o impeachment dela”, afirmou.

Alves e Viviane vieram em uma caravana de quatro ônibus oriundos da Paraíba. Segundo Alves, os ônibus foram pagos pela CUT e pelo PT da Paraíba.

Com informações do UOL / Foto: Reprodução