Pandemia estabelece nova rotina e desafios aos profissionais de Saúde

Foto:Rafael Muller

A Bahia completa neste domingo, 6, seis meses de combate à Covid-19. Em 6 de março, a Secretaria Estadual da Saúde da Bahia (Sesab) anunciava o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus, uma mulher de 34 anos, em Feira de Santana, chegada da Itália. Desde então, a vida dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente contra a doença não é mais a mesma.

Os profissionais relatam a rotina de luta para salvar vidas. Segundo a Sesab, desde o começo da pandemia, a Bahia contabiliza 270.177 casos da Covid-19, 23.438 entre profissionais da saúde, com 255.397 pessoas curadas, 5.627 mortes e taxa de letalidade de 2,08%.

A enfermeira Maiane Gomes, 28 anos, trabalha em dois hospitais da capital e encara plantões de 12 horas. Ela atua em unidades de tratamento intensivo (UTIs). “A pandemia trouxe a mudança radical na rotina. Na UTI é muita correria e a gente precisa usar de forma constante os equipamentos de proteção”, conta.

Segundo a presidente do Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA), Maria Inez Farias, a pandemia trouxe maior visibilidade para a categoria, mas mostrou a vulnerabilidade dos profissionais do setor. “Nesses seis meses, o Observatório do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) contabiliza 396 óbitos de enfermeiros por Covid,13 na Bahia. Mesmo com subnotificação, fica evidente a importância da garantir a condição de trabalho seguro”, reforça Maria Inez.

A fisioterapeuta e integrante do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito), Tatiana Oliveira, 39, conhece de perto os riscos nas UTIs. Na linha frente e retaguarda dos cuidados com os pacientes, ela lembra os desafios.

“Os doentes graves precisam de assistência respiratória, muscular, daí a importância dos fisioterapeutas”, diz ela, que atua em plantões de 24 horas. E a pandemia não mudou só a rotina profissional: ela enfrenta a distância dos familiares, a saudade do esposo, que encontra de 15 em 15 dias.

Para Guilherme Lazzari, médico e integrante do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb-BA), o conhecimento sobre o vírus tem contribuído para cuidar dos pacientes: “O tempo permitiu a padronização dos cuidados. Com isso, foi possível ter cada vez mais casos de vitória, algo que, para o profissional de saúde, não tem preço, principalmente pelos desafios diários da atuação”.

Em seis meses, o número de curados tem crescido no estado. De março a agosto, passou de 564 para 224 mil pessoas recuperadas da doença. O resultado também motiva quem trabalha na atenção básica, a exemplo da terapeuta ocupacional e conselheira do Crefito Mariana Viana, 31 anos.

Desde abril, ela concilia o trabalho de reabilitação a crianças com deficiência, em consultório, com os teleatendimentos de casa. “Precisei organizar o atendimento nas unidades, com atenção para a orientação sobre o isolamento, importância de lavar as mãos, com o teleatendimento das crianças”, conta.

Assistência – Para Fábio Vilas-Boas, secretário da Saúde da Bahia, os profissionais são exemplos de dedicação e eficiência: “São pilares nessa luta, e o governo tem buscado oferecer assistência em saúde física e psicológica”.

Fonte:ATarde