24 capitais têm aulas semipresenciais nas escolas

Informações: A tarde

Após quase um ano de escolas fechadas e ensino remoto, Salvador retomou o ensino semipresencial na rede privada e municipal de ensino. E não só ela. No total, 24 das 27 capitais brasileiras optaram pelo retorno das atividades escolares no formato híbrido –  metodologia que combina a aprendizagem presencial e remota. Apenas o Distrito Federal, Belém e Cuiabá permanecem com estudos remotos, mas com planos para retorno.

Salvador registra, há mais de duas semanas, uma taxa  em torno de 75% de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) – requisito mínimo para a reabertura das atividades escolares, como foi definido pelo governador Rui Costa (PT) em todo o estado. “A taxa de ocupação de leitos de UTI em Salvador está em 75% e nas últimas semanas tem se mantido em um patamar seguro para manter as atividades escolares”, pontuou o secretário de Educação de Salvador, Marcelo Oliveira.

Segundo Rui Costa, qualquer município do estado que consiga uma taxa de ocupação de leitos de UTI igual ou inferior a 75%, durante cinco dias, pode retomar as aulas semipresenciais, além de terem medidas contra a circulação da Covid-19 flexibilizadas. Até o momento, Salvador é a única cidade do estado que atende os requisitos para o retorno do ensino presencial.

No entanto, parte dos professores da rede pública se recusa a retornar às salas de aulas até terem sido vacinados com a segunda dose da vacina contra a Covid-19. O posicionamento dos professores criou um impasse entre a categoria e a prefeitura, que desde então tem tentado mediar a situação, em busca de uma solução.  Desde o anúncio da retomada das aulas, apenas 10% dos professores voltaram às atividades.

A prefeitura defende o retorno das aulas e diz permanecer aberta ao diálogo com a categoria. “Destaco, primeiramente, a vacinação de todos os profissionais que atuam nas unidades escolares do município. A imunização, além de proteger professores, gestores, coordenadores e funcionários, acaba evitando uma maior propagação do vírus”, afirmou o secretário de educação do município.

“Além disso, os protocolos sanitários implantados reduzem o número de alunos nas salas de aula, promovendo o distanciamento recomendado, medida que ganha mais força com o uso obrigatório de máscara e a higienização constante das mãos. Há regras para a entrada, com medição de temperatura, uso de álcool gel, e horários diferenciados para evitar aglomerações”, completou Oliveira.

Outras capitais no Brasil, com índices de ocupação de leitos maiores que passam dos 80%, também retornaram com as atividades escolares semipresenciais como Rio de Janeiro (94%), Curitiba (93%), Porto Alegre (84,9%), Campo Grande (94%), Fortaleza (92%), São Luís (89,6%), Teresina (91%) e Natal (95,4%).

A cidade de São Paulo, que tem registrado, em média, um índice de ocupação de leitos na casa dos 78,6%, voltou às aulas semipresenciais em 14 de abril. A retomada ocorreu de forma gradual e facultativa, com limite máximo de 35% dos alunos por dia em cada unidade, seguindo regramentos de segurança sanitária.

Em 21 de março, Rio de Janeiro anunciou a volta das aulas presenciais de todo o Ensino Fundamental 1. Ao todo, 364 escolas voltaram a funcionar na capital fluminense. Elas atendem alunos do 3º ao 6º ano. Antes, alunos da Pré-Escola e do 1º e do 2º ano já tinham voltado para as aulas presenciais.

Na Região Nordeste, todos as capitais  retomaram atividades escolares de alunos da Educação  Infantil e dos primeiros anos do Ensino Fundamental da rede particular e municipal.

Recife (PE), por exemplo, voltou às atividades semipresenciais em abril não apenas para os níveis fundamentais, mas para o ensino médio, na rede particular.

Aracaju foi a última capital a decidir pela retomada das aulas semipresenciais. A decisão foi tomada nesta segunda-feira, 10, e abrange a rede pública e privada de ensino. O retorno será inicialmente apenas para 1º e 2º ano do ensino fundamental, de forma gradual, progressiva e híbrida, respeitando as normas de distanciamento social e a limitação de 40% da capacidade de alunos por sala.

Cenário adverso

O secretário de Educação de Salvador, Marcelo Oliveira, explicou que, caso a capital registre alta no número de pessoas infectadas e ocupação de leitos de UTI, as aulas podem retornar, integralmente, ao formato remoto.

“Caso ocorra a necessidade de suspender novamente as aulas presenciais, a rede municipal voltará ao sistema exclusivamente remoto, que consiste, principalmente, nas aulas por canais abertos de televisão e pela distribuição de materiais de apoio à aprendizagem. Esse é um trabalho que não será suspenso, porque estamos voltando em sistema semipresencial, o que significa que o ensino/aprendizagem remota permanece ocorrendo normalmente”, disse.

Ocupação de leitos

De acordo com último boletim da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), a taxa de ocupação total dos leitos em todo estado corresponde a 70%. No entanto, o recorte percentual voltado para UTI adulto compreende 79% de ocupação.

O índice é menor do que números de 13 estados. A maior taxa fica com Sergipe, 94,8%, seguido por Santa Catarina (94%) e Paraná (92%). Roraima registra o menor índice, com 40%, depois vem Amapá (54,7%) e Paraíba (55%).

Vacinômetro em Salvador

O vacinômetro de Salvador apontava, às 14h desta quinta-feira, 13, 621.197 pessoas vacinadas com a primeira dose contra a covid-19 na capital, o que equivale a 31,96% da população acima de 18 anos vacinável da cidade. Em termos  de número de doses distribuídas e aplicadas, Salvador figura na sétima posição no cenário nacional, com 83,6% de cobertura, de acordo com dados do Localiza SUS.

Maceió (AL) é a capital que mais vacinou no Brasil, na relação entre doses distribuídas e aplicadas, com uma taxa de 97%, seguido por  São Luís, com 92%, e em terceiro lugar está a capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, com 90% de aplicação. Todas essas cidades mantêm atividades escolares semipresenciais.

A média nacional, calculada com base nos 405 municípios com mais de 80 mil habitantes, é de 70,91%, e sobe para 72,38% entre as 26 capitais de estado.

Em falta

Onze capitais anunciaram paralisação parcial da vacinação contra a Covid-19 por falta de doses dos imunizantes, de acordo com levantamento feito pela CNN Brasil. Salvador é uma delas, que tem tido dificuldade em adquirir mais doses da vacina Coronavac.

Reportaram ter interrompido parcialmente, também, a vacinação as seguintes capitais: João Pessoa (PB), São Luís (MA), Natal (RN), Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Porto Velho (RO), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS), Manaus (AM), Teresina (PI) e Macapá (AP). As cidades de Boa Vista (RO), Fortaleza (CE) e Maceió (AL) não responderam.

A vacina que mais está em falta é a Coronavac. O Instituto Butantan, responsável pelo envasamento e fabricação do imunizante no país, sofre com falta de insumo farmacêutico ativo (IFA) para a produção das vacinas. O instituto só tem insumos suficientes para produzir doses até 14 de maio.

Cenário estadual

A Bahia ultrapassou a marca de 2,9 milhões de baianos que tomaram a primeira vacina contra a Covid-19, em relação a dose distribuídas e aplicadas, o que representa quase 17% da população do estado. Outros 1,2 milhão de baianos completaram o esquema vacinal com as duas doses.

No cenário nacional,  o estado figura na quarta posição em números absolutos de imunização da população. Na primeira colocação está o estado de São Paulo, com a marca de 10,2 milhões de pessoas vacinadas com a primeira dose, seguida por Minas Gerais e Rio de Janeiro, segundo dados do Vacinômetro.

Cerca de 70% das vacinas aplicadas no estado são da Coronavac, imunizante produzido no país pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. 30% das demais doses são do imunizante Oxford/AstraZeneca.