O inquérito administrativo aberto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar as acusações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a segurança das urnas eletrônicas também vai apurar se a Empresa Brasil Comunicação (EBC) foi utilizada pelo presidente para fazer propaganda política antecipada.
No último dia 29, Bolsonaro resolveu abrir a live que realiza todas as quintas-feiras pelas redes sociais para a cobertura da imprensa, e exibiu o acontecimento pela TV Pública. Na ocasião, fez ataques ao sistema eleitoral brasileiro, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e TSE e admitiu que não podia comprovar se as eleições foram ou não fraudadas.
De acordo com informações da coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, a corte eleitoral também analisa um dossiê produzido por servidores da EBC.
Segundo a publicação, o material em posse do TSE teria informações sobre a utilização do aparato público para fazer propaganda antecipada e o uso da EBC para promoção de integrantes do governo Bolsonaro.
Logo após a live, deputados do PT encaminharam uma notícia crime contra Bolsonaro por uso da empresa pública para questionar as eleições. As suspeitas de interferências na EBC não são atuais.
Em ao menos duas ocasiões, ainda em 2019, servidores do órgão relataram ao BNews como era conviver, primeiro com ameaças de desmonte ao conglomerado de mídia e depois com a censura editorial.