Bahia e outros três estados lideram a derrubada da Mata Atlântica no século

De acordo a nova edição do Atlas Mata Atlântica, lançado nesta quarta-feira, (24),  entre os meses de outubro de 2021 e de 2022, 20.075 hectares da Mata Atlântica foram destruídos. Isso corresponde a mais de 20 mil campos de futebol de futebol desmatados a cada três dias. Entre os cinco Estados que mais destruíram o bioma – o mais devastado do País -, quatro são presença constante na lista da devastação desde o início dos anos 2000: Minas Gerais, Bahia, Paraná e Santa Catarina.

A Bahia esteve no topo da lista duas vezes nesse período, seis vezes em segundo lugar, duas vezes em terceiro e uma vez na quarta colocação. Paraná e Santa Catarina, com extensões menores de desmatamento, se alternaram entre a quarta e a quinta colocações.

O levantamento divulgado nesta quarta aponta que os 20.075 (vinte mil e setenta e cinco)  hectares desmatados representam uma redução de 7% em relação ao que se perdeu em 2020-2021. No entanto, essa área perdida é a segunda maior dos últimos seis anos e fica 76% acima do valor mais baixo já registrado na série histórica, 11.399 hectares, entre 2017 e 2018.

Segundo Luis Fernando Guedes Pinto, diretor de conhecimento da SOS Mata Atlântica, o desmate acontece na esteira do avanço da atividade agropecuária nos Estados do Nordeste e da exploração de araucária no Paraná. “Bahia, Minas, Piauí e Mato Grosso do Sul são áreas de fronteiras agrícolas e o desmatamento ocorre em áreas de transição da Mata Atlântica para biomas como o Cerrado e a Caatinga”, afirma. “Mais de 90% do desmatamento tem indícios de ilegalidade.”

De acordo com o último levantamento, apenas 0,9% das perdas ocorreram em áreas protegidas, enquanto 73% se deram em terras privadas. Além do avanço das fronteiras agrícolas, a especulação imobiliária, principalmente nas proximidades das grandes cidades e no litoral, também é apontada como outra das principais causas.